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O primeiro passo é o início da liberdade

Nós podemos chegar a qualquer lugar, não importa quão distante seja, desde que nos disponhamos a dar o primeiro passo.

Foto: Jukan Tateisi/ Unsplash

Foto: Jukan Tateisi/ Unsplash

Redação (23/06/2023 18:30, Gaudium Press) Todos sonham, mas há algumas pessoas que sonham mais que as outras. Não há mal nenhum em sonhar, o mal está em apenas sonhar.

Há aqueles que sonham pequenas coisas e se dão por felizes se conseguem realizá-las, e outros que sonham coisas grandiosas que, muitas vezes, se realizadas, podem mudar a vida de muitos, como é o caso das grandes invenções, que trazem benefícios para comunidades inteiras, quiçá, para toda a humanidade.

Contudo, há aqueles que passam a vida sonhando e se lamentando de não possuírem ou não conseguirem conquistar aquilo que almejam. Entre estes, há pessoas piedosas e de boa índole, pessoas que acreditam em Deus e rezam pedindo que seus anseios se tornem realidade, mas parecem nunca ser ouvidos e nunca conseguem sair do lugar. Por que isso acontece?

Rezar é importante, para ser mais exato, é fundamental. Porém, rezar não basta. Se a pessoa não age, se não faz a sua parte, sobretudo, se não muda de vida, se não acerta o prumo de seu caminhar, não há oração que dê jeito.

Um exemplo é a pessoa que bebe e promete a si mesma e à sua família que vai parar de beber, no entanto, não deixa de frequentar bares e outros ambientes que facilitam a prática do vício, tampouco se afastam daquelas companhias que sabe que irão puxá-la para baixo. O primeiro passo seria evitar completamente os ambientes nocivos e se afastar, tanto quanto possível, das pessoas que continuam bebendo e vão estimular para que beba também.

Muitos culpam a religião…

Muitas vezes, olhar o longo caminho que temos pela frente para alcançar um objetivo é desanimador. Todo caminho traz as suas dificuldades e desafios, mas o perigo é se entregar ao desânimo, à ociosidade ou à vã esperança de que, se queremos algo, Deus nos dará o que queremos sem que tenhamos de fazer a nossa parte. Nenhum caminho pode ser percorrido se não dermos o primeiro passo.

Os padres e os conselheiros espirituais falam muito sobre a importância da conversão e da mudança de vida. É comum sairmos de uma Missa ou de um aconselhamento espiritual motivados, certos de que, depois de ouvir aquelas exortações e conselhos tão importantes, nossas vidas finalmente entrarão nos eixos. No entanto, entra dia e sai dia e tudo continua do mesmo jeito.

O que muitos fazem nessas circunstâncias? Colocam a culpa na religião! Dizem: “De que adianta ter fé se nada dá certo para mim?” É como aquele sujeito que quer muito ganhar na loteria e pede ao seu anjo da guarda e ao seu santo de devoção que o ajudem, porém, nunca compra o bilhete ou faz o seu jogo. Obviamente, não ganhará jamais!

Para mudarmos de vida e renascermos espiritualmente, há um primeiro passo muito importante: a confissão. Um bom exame de consciência e uma confissão bem-feita, eis aí um santo remédio para a maioria de nossos males. Mas, diante dessa abençoada atitude, surgem as objeções, algumas delas até enfadonhas, de tão repetidas: “Eu não vou me confessar a um homem!” O padre é um ser humano e também está sujeito a pecar, não é porque usa batina que é melhor do que eu”. “Meus pecados, confesso a Deus!”

Fugindo do remédio amargo

Essas e outras objeções não passam de desculpas para evitar tomar o remédio, às vezes amargo, porém, necessário. Sem esse primeiro passo, o cristão não avança, a alma não se liberta, a vida não flui.

É preciso muita humildade para dar o primeiro passo, principalmente quando se caminha na direção de Deus. Os amigos vão se opor, algumas vezes, os familiares vão se opor e a própria mente vai se opor, apresentando desculpas para não deixar o caminho do pecado e abraçar o caminho da fé e da regeneração.

Para evitar cair nessas armadilhas, é preciso ser pragmático: fazer o que precisa ser feito. Não adianta querer mudar de vida e não andar para frente por sentir sobre si o peso dos próprios pecados, esquivando-se com justificativas enganadoras de que Deus não o vai amar ou perdoar.

Jesus morreu na cruz para nos salvar, apesar dos nossos pecados; Deus nos dá novas chances todos os dias, até o fim de nossas vidas. Precisamos aproveitar essas oportunidades de redenção, cientes de que, inevitavelmente, o fim de nossos dias chegará e, se formos surpreendidos à espera do momento ideal para agir, não haverá muita esperança para a nossa alma.

Não há limites para os nossos sonhos, desde que eles sejam retos, honestos e aspirem ao que há de melhor. Como dizia Santa Teresinha de Lisieux: “Deus não poderia me inspirar desejos irrealizáveis, portanto, posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade”. Este caminho é o único que vale a pena ser seguido – até mesmo para ser santo é preciso dar o primeiro passo –, pois é o início da liberdade que nos garante chegar ao Céu, se não voltarmos atrás em nossa decisão de agradar a Deus em tudo, fazendo sempre e em todas as coisas a vontade dEle e não a nossa.

Por Afonso Pessoa

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