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Recorramos a Nossa Senhora

Nós que vivemos neste vale de lágrimas, temos o momento presente para regressar a Deus, e temos Maria para nos obter d’Ele essa graça. Quem há então de desesperar?

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 Redação (18/10/2022 10:19, Gaudium Press) Se houve algum santo que tenha lutado de modo implacável contra o desalento, o desânimo, este foi São Francisco de Sales. Também conhecido como “Bispo de Genebra”, Francisco nasceu em 1567, no castelo de Thorens, na Savoia, e faleceu em Lyon, no ano de 1622. Sua canonização deu-se três anos depois. Pio IX o proclamou Doutor da Igreja em 1877 e Pio XI nomeou-o padroeiro dos jornalistas e escritores católicos em 1923.

É difícil calcular todo o valor do cabedal doutrinário que São Francisco de Sales outorgou à piedade católica. Todas as suas obras exalam o suave aroma da paz e da confiança, e são capazes de devolver o ânimo a qualquer “deprimido”, o que lhe valeu o título de “Doutor da piedade e da consolação”.

Joseph Tissot, na sua obra “A arte de aproveitar as próprias faltas” – inspirada na doutrina de São Francisco de Sales – narra um fato post mortem deste santo que, além de incutir-nos confiança, também nos faz crescer na devoção a Nossa Senhora, e torna patente aos nossos olhos o grau de temor que a Virgem Santíssima produz nos infernos.

Recorrer à Santíssima Virgem

Assim descreve Tissot: “Como se mesmo depois da morte quisesse continuar a guerra que declarara ao desalento, São Francisco de Sales arrancou ao próprio demônio uma confissão repleta de estímulo até para as almas mais criminosas.

“Trouxeram para junto do túmulo do bispo de Genebra, no tempo em que se instruía o processo da sua beatificação, um jovem que, havia cinco anos, estava possuído por um espírito maligno. Tardou vários dias em ver-se curado e, entretanto, foi submetido pelo bispo Charles-Auguste de Sales e pela Madre de Chaugy a vários interrogatórios junto dos restos mortais do Santo. Relata uma testemunha ocular que, numa dessas ocasiões, o demônio gritava com mais furor e confusão, dizendo:

– Por que hei de sair?

“E a Madre Chaugy exclamou com aquela veemência que lhe era peculiar:

– Ó Santa Mãe de Deus, rogai por nós! Maria, Mãe de Jesus, socorrei-nos!

“A essas palavras, o espírito infernal redobrou os seus horríveis alaridos e bradou:

– Maria! Maria! Ah! E eu, que não tenho Maria!… Não pronuncieis esse nome, que me faz estremecer. Se houvesse uma Maria para mim, como a tendes para vós, não seria o que sou!… Mas eu não tenho Maria!

“Todos choravam.

“– Ah! – continuou o demônio – Se eu tivesse um só instante dos muitos que desperdiçais, sim, um só instante e uma Maria, não seria um demônio.[1]

“Pois bem. Nós que vivemos neste vale de lágrimas, temos o momento presente para regressar a Deus, e temos Maria para nos obter essa graça. Quem há então que possa desesperar?”

Por Lucas Rezende

Extraído com alterações de: TISSOT, Joseph. A arte de aproveitar as próprias faltas. São Paulo: Quadrante, 2003, p. 48-49.


[1] Relato da Irmã E.-C. de la Tour, do primeiro mosteiro da Visitação (Nota extraída do referido livro: “A arte de aproveitar as próprias faltas”).

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