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Papa Francisco pede a rendição da Ucrânia?

O Vaticano procura esclarecer as declarações polêmicas do Papa sobre a busca por uma paz negociada no conflito entre Rússia e Ucrânia.

Foto: Vatican news

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Redação (10/03/2024 09:57, Gaudium Press) O portal Vatican News, vinculado à Santa Sé, divulgou neste domingo a explicação do porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, aos jornalistas sobre as declarações feitas pelo Sumo Pontífice na entrevista à Radio Télévision Suisse (RSI):

Entrevistador: Na Ucrânia, há aqueles que pedem a coragem da rendição, da bandeira branca. Mas outros dizem que isso legitimaria o mais forte. O que pensa sobre isso?

Papa Francisco: “É uma interpretação. Mas creio que é mais forte quem vê a situação, quem pensa nas pessoas, quem tem a coragem da bandeira branca, para negociar. E hoje se pode negociar com a ajuda das potências internacionais. A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não estão indo bem, precisa ter a coragem de negociar. Você tem vergonha, mas com quantas mortes isso vai acabar? Negociar em tempo, procurar algum país para mediar. Hoje, por exemplo, na guerra na Ucrânia, há muitos que querem fazer a mediação. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que a situação piore”.

Bruni destacou aos jornalistas que essas palavras do Papa sobre a Ucrânia são principalmente um apelo ao cessar-fogo e ao restabelecimento da coragem para negociações.

Referente à parte em que o Papa mencionou que a Ucrânia deveria ter a coragem de hastear a bandeira branca e negociar, Bruni esclareceu que o significado das palavras era que o Santo Padre deseja uma solução diplomática para alcançar uma paz justa e duradoura.

Em outra parte da entrevista, falando de outra situação de conflito, mas referindo-se a qualquer situação de guerra, o Papa esclareceu que qualquer negociação em situações de conflito não é vista como uma rendição: “A negociação nunca é uma rendição. É a coragem de não levar o país ao suicídio”.

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