Nigéria: autoridades decretam toque de recolher para combater a violência

As autoridades nigerianas impuseram um toque de recolher na região central do país para conter o aumento da violência, especialmente após o massacre que resultou na morte de mais de 200 pessoas durante o Natal de 2023

Redação (24/01/2023 14:00, Gaudium Press) As autoridades nigerianas decretaram um toque de recolher de pelo menos 24 horas, na região central do país, afim de conter o aumento da violência, especialmente após o massacre que resultou na morte de mais de 200 pessoas durante o Natal de 2023. O objetivo dessa decisão é combater a insegurança na região. Em comunicado oficial, o porta-voz do governador local explicou que apenas pessoas com funções essenciais estão autorizadas a sair de casa.

No último Natal, aproximadamente 200 pessoas foram assassinadas por homens armados que invadiram vilarejos majoritariamente católicos na região de Bokkos e Barkin Ladi. Até o momento, as autoridades não têm nenhum indício de quem foram os autores do massacre. As regiões central e noroeste do país são palco de constantes disputas por terras e recursos naturais, situação agravada pelas diferenças étnicas e religiosas da população local.

A presença de terroristas é outro grande problema do país africano. Grupos jihadistas costumam atacar as regiões majoritariamente católicas, e massacres são cometidos próximo a dias festivos do calendário cristão, como no Natal de 2023 ou no ataque que deixou mais de 20 mortos no dia de Pentecostes em 2022. Uma década antes, em 2012, o balanço da violência também foi lamentável. Doze cristãos foram assassinados na véspera de Natal, e na Páscoa do mesmo ano, a explosão de um carro-bomba nas proximidades de uma igreja deixou mais de trinta mortos e vários feridos.

Além da violência armada, os criminosos vêm utilizando outras táticas para semear o medo e insegurança: o sequestro. Com efeito, é cada vez mais comum o relato de sacerdotes e religiosos que são sequestrados no país. Apenas em 2023, mais de trinta clérigos foram sequestrados. (FM)