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Colégio de Cardeais tem 900 anos: veja sua história, números e curiosidades

O Consistório de hoje é o sétimo convocado por Francisco, eleva o número de presenças no Colégio Cardinalício para 229, 101 não-eleitores.

O Consistório de hoje é o sétimo convocado por Francisco, eleva o número de presenças no Colégio Cardinalício para 229, 101 não-eleitores.

Redação (28/11/2020, 11:50, Gaudium Press) O título de Cardeal surgiu pela primeira vez durante o pontificado do Papa Silvestre I (314-335). O termo vem da palavra latina “cardo”, que significa gonzo ou dobradiça.

Os Cardeais são criados por decreto do Romano Pontífice, que os escolhe para serem seus principais colaboradores e assistentes.

Inicialmente, o título de Cardeal era atribuído genericamente a pessoas a serviço de uma igreja ou diaconia, sendo reservado mais tarde aos responsáveis das Igrejas titulares de Roma e das igrejas mais importantes da Itália e do estrangeiro.

A partir da época do Papa Nicolau II em 1059 e, aos poucos, até 1438 com o Papa Eugênio IV, o título de Cardeal adquiriu o prestígio que o caracteriza hoje.

O Colégio Cardinalício foi instituído em sua forma atual em 1150: conta com um Decano e um Camerlengo, que administra os bens da Igreja quando a Sede de Pedro está vaga.

O Decano é eleito dentre os cardeais de ordem episcopal que têm o título de uma Igreja suburbicária (Cânon 352, par.2) -as sete dioceses mais próximas de Roma: Albano, Frascati, Ostia, Palestrina, Porto-Santa Ruffina e Velletri-Segni.

Modificações na formação do Colégio Cardinalício

Por alguns séculos o Colégio dos Cardeais era composto por 30 membros. Mais tarde, depois do Papa Sisto V, em 1586 elevou seu número para 70.

O Colégio Cardinalício na sua dimensão e composição atuais amadureceu gradualmente no século XX:

João XXIII ultrapassou o limite histórico estabelecido por Sisto V. Quando morreu João XXIII, o número de Cardeais era de 82 sendo que entre eles havia os primeiros cardeais filipino, japonês, africano.

Paulo VI criou 143 cardeais e estendeu para outros países a procedência deles: foram criados o primeiro Cardeal neozelandês, o primeiro malgaxe, o primeiro cingalês. Além disso, Paulo VI determinou o lugar dos Patriarcas Orientais no Colégio de Cardeais e estabeleceu o limite de 80 anos para terem direito a voto num eventual Conclave. Quando morreu Paulo VI, o número de Cardeais era de 129.

Com o Papa João Paulo II, foram convocados nove Consistórios e o Colégio Cardinalício passou a ter 231 cardeais oriundos de setenta países.

No Pontificado de Bento XVI foram criados 90 cardeais em cinco Consistórios. Entre eles, 39 ainda são eleitores e 30 não têm direito a voto. Entre estes encontra-se o mais idoso de todos eles, o francês de 96 anos Albert Vanhoye, criado cardeal em 2006.

Diferenciais introduzidos no Colégio Cardinalício pelo Papa Francisco  

O Papa Francisco criou Dom Dieudonné Nzapalainga, o mais jovem cardeal ainda vivo e o primeiro cardeal nascido na República Centro-Africana.

Com o Consistório deste sábado, 28/11, Francisco presidiu sete consistórios e chegou ao número de 101 Cardeais por ele criados, dos quais 73 dos continuam eleitores em um eventual Conclave.

Entre os Cardeais criados neste Consistório estão os que representam um início e um retorno. Ao primeiro caso pertence Brunei e Ruanda –países que fazem a sua entrada histórica no Colégio de Cardeais e no segundo caso está Malta, que ficou sem um representante no Colégio, desde 2019, quando morreu o Cardeal Prosper Grech, a em dezembro de 2019.

Ainda com este Consistório o Pontificado de Francisco passa a ter algumas originalidades. Entre elas está a criação de sedes cardinalícias em países que nunca a tiveram.

Além da já citada República Centro-Africana, Brunei e Ruanda, também o Haiti, Dominica, Birmânia, Panamá, Cabo Verde, Tonga, Bangladesh, Papua Nova Guiné, Malásia, Lesoto, Mali, Suécia, Laos, El Salvador, Luxemburgo.

O Consistório trouxe para o Colégio Cardinalício o primeiro cardeal afro-americano, o metropolita da capital Washington, Dom Wilton Gregory; o primeiro Cardeal que nasceu após o Concílio Aticano II, O Cardeal Nzapalainga; o primeiro Cardeal convertido ao catolicismo desde os tempos de Jean-Marie Lustiger, o novo Cardeal Dom Anders Arborelius, Bispo de Estocolmo que é luterano de nascimento.

Curiosidades e características que o Consistório de hoje trouxe ao Colégio Cardinalício

As pesquisas mostram certas singularidades deste novo Colégio Cardinalício:
o Cardeal emérito de Bangcoc, o tailandês Dom Michael Michai Kitbunchu, de 91 anos, é quem faz parte do Colégio dos Cardeais há mais tempo, 37 anos. Esse recorde de participação ele compartilha com o neozelandês Dom Thomas Stafford Williams, de 90 anos de idade, que é ordinário militar emérito do seu país. Os dois foram criados por João Paulo II, em 1983.

Quanto à presença de famílias religiosas no atual Colégio de Cardeais, elas chegam ao número 26, num total de 51 cardeais (29 eleitores) que vestem o hábito do seu Instituto Religioso. Os mais representados são os religiosos Salesianos (9), seguidos pelos Jesuítas (7). Com o Padre Mauro Gambetti, guardião do Sacro Convento de Assis, a Ordem dos Franciscanos Conventuais também passa a fazer parte do grupo doe Cardeais.

Neste Consistório redesenhou-se o mapa de origem dos Cardeais. Agora, são 90 países representados.

O Colégio Cardinalício passou a ter representantes da Albânia ao Vietnã, com o grupo dos cardeais italianos (47) o mais numeroso, sendo seguido pelos Estados Unidos (15) e Espanha (14).

Desde o ponto de vista dos continentes, a Europa conta, entre eleitores e não-eleitores, com 106 cardeais, a África tem 30 a Ásia com 27.

A América do Norte conta com 26, América do Sul tem 25, a América Central 9 e por fim, a Oceania com 6.

O Brasil tem 9 cardeais, 4 eleitores e 5 não eleitores: Dom Geraldo Majella Agnelo; Dom Raymundo Damasceno Assis; Dom João Braz de Aviz; Dom Sérgio da Rocha; Dom José Falcão Freire; Dom Cláudio Hummes; Dom Oscar Eusébio Scheid; Dom Odilo Pedro Scherer; Dom Orani João Tempesta. (JSG)

 

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