Gaudium news > Arcebispo argentino propõe medidas para reabrir Igrejas na pandemia de Covid-19

Arcebispo argentino propõe medidas para reabrir Igrejas na pandemia de Covid-19

Arcebispo de La Plata recorda que sem Celebração Eucarística “não se constrói nenhuma comunidade cristã”, e é compreensível que os fiéis exijam acesso à Eucaristia.

 Arcebispo de La Plata recorda que sem Celebração Eucarística "não se constrói nenhuma comunidade cristã”, e é compreensível que os fiéis exijam acesso à Eucaristia.

Buenos Aires – Argentina (Quinta-feira, 23-04-2020, Gaudium Press) Dom Víctor Fernández, Arcebispo de La Plata e presidente da Comissão de Fé e Cultura da Conferência Episcopal Argentina (CEA), propôs 13 medidas para reabrir as igrejas para a celebração de Missas com redução dos riscos de contágio de Covid-19, durante a pandemia desse coronavírus.

Na Argentina, no dia 21 de abril a quarentena estabelecida pelo Governo com o intuito de controlar o contágio de coronavírus fez um mês, e, segundo informações da Universidade John Hopkins, até agora foram registrados 3.031 casos de contaminação de Covid-19 e confirmados 145 óbitos.

Os fiéis estão privados da Eucaristia durante muito tempo…

O Arcebispo Dom Fernández recordou que a Igreja tem colaborado bastante durante essa crise concedendo apoio material para os mais afetados pela pandemia, contudo, quando “pensamos em apoiar a vida interior dos fiéis e incentivar seu crescimento, encontramos a séria dificuldade de vê-los privados da Eucaristia durante muito tempo, prevendo também que essa situação possa se prolongar por vários meses”, afirmou.

Em sua carta, Dom Fernández indicou que “se temos que prever os impactos econômicos, também é conveniente valorizar aquelas coisas que dão consolo e fortaleza às pessoas nos momentos duros”.

Sem Celebração Eucarística “não se constrói nenhuma comunidade cristã”

Em uma carta dirigida à Comissão Executiva da CEA, com data do último dia 19 de abril, o Arcebispo destacou que a privação da Eucaristia representa um dilema, uma vez que o Concílio Vaticano II ensina que “não se constrói nenhuma comunidade cristã se esta não tem a sua raiz e centro na celebração da Sagrada Eucaristia”; e que “São João Paulo II destacava que a Missa ‘antes que um preceito deve ser sentida como uma exigência inscrita profundamente na existência cristã’”.

É compreensível que fiéis exijam acesso à Eucaristia…

Dom Fernández afirmou que é compreensível “que muitos fiéis exijam que procuremos alguma maneira de torná-la acessível”. “Dizemos a eles que podem experimentar outras formas de oração, e o fazem, mas já dizia São João Crisóstomo: ‘Também podes rezar em tua casa; no entanto, não podes rezar da mesma forma que na Igreja, onde se reúnem os irmãos’”.

“Além disso, há as Missas transmitidas online e eles sabem bem que a comunhão espiritual tem valor, que Deus também derrama sua graça dessa maneira, mas o faz desde que seja o desejo de Cristo presente na Eucaristia”, afirma o Prelado.

Queremos resolver a situação da falta de acesso à Eucaristia o mais rápido possível…

Para Dom Fernández “Não será fácil fundamentar que essa situação se prolongue por muito tempo, nem poderemos esperar simplesmente que a pandemia passe por completo”. “Sabemos que expor-se ao contágio é uma irresponsabilidade, sobretudo porque implica expor outros ao contágio e indiretamente pode favorecer uma situação de crise de saúde que não queremos ver em nosso país”, indicou.

Por isso, para dar “uma mensagem clara ao nosso Povo de Deus, mostrando que estamos realmente preocupados e que estamos tentando dar um passo para resolver esta situação o mais rápido possível”, sem deixar de acompanhar “a preocupação sanitária das autoridades”, propôs uma série de medidas obrigatórias para celebrar a Missa, minimizando os riscos e que não seja caracterizada como um ato massivo.

Medidas obrigatórias para celebração de Missas que minimizam riscos e não caracterizam um ato massivo, segundo Dom Fernández

1) Que haja uma distância de dois metros entre as pessoas, tanto para os lados como para trás e para frente. Isso exigirá a remoção ou cancelamento de metade dos bancos do templo.

2) Que não haja mais de duas pessoas por banco.

3) Uma vez que os bancos estejam cheios desta maneira, não poderá aceitar a entrada de mais pessoas.

4) Que nos templos, onde geralmente há um fluxo maior de pessoas, o número de missas seja multiplicado, para que os fiéis sejam distribuídos entre sábado e domingo em diversos horários. Dada a capilaridade e a proximidade dos templos, isso não afetará o transporte.

5) Que não se celebre Missa com fiéis nos santuários mais visitados, devido à dificuldade para estabelecer um controle deste tipo nestes locais. Nestes casos, poderiam ser convidados, a portas fechadas, os agentes pastorais que prestam serviço à comunidade.

6) Que na Missa não haja fila para receber a Comunhão, mas que os ministros se aproximem das pessoas localizadas nas extremidades dos bancos e coloquem a Eucaristia na palma se suas mãos.

7) Que cada ministro que distribua a comunhão lave as mãos antes e depois com sabão e coloque álcool gel.

8) Que se omita a saudação da paz e qualquer contato físico.

9) Que as Missas não durem mais de 40 minutos.

10) Que a saída do templo seja progressiva e que as saudações sejam evitadas.

11) Que as intenções da Missa não sejam anotadas no momento e que sejam recebidas apenas previamente por telefone, email, ou mensagens.

12) Que aqueles que, devido à sua idade, não podem comparecer, possam receber a comunhão em seus lares.

13) Que se mantenha transitoriamente a dispensa do preceito dominical, de forma que as pessoas que prefiram extremar os cuidados não se sintam obrigadas a assistir. De fato, antes de se declarar a quarentena, a quantidade de participantes da Missa já havia diminuído muito de modo espontâneo. (JSG)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas