"Nós cristãos acreditamos em um só Deus, não em um Deus solitário", diz Padre Cantalamessa
Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 14-12-2018, Gaudium Press) Na manhã desta sexta-feira, 14, o pregador oficial da Casa Pontifícia, Padre Raniero Cantalamessa, ministrou sua segunda meditação de Advento diante do Papa e da Cúria Romana reunidos na Capela Redemptoris Mater no Vaticano.
Comentando o Salmo: ‘A minha alma tem sede do Deus vivo!’, tema das pregações deste ano, o Capuchinho ressaltou que “os homens do nosso tempo buscam, com insistência, sinais da existência de seres vivos e inteligentes em outros planetas, mas poucos se esforçam em descobrir sinais da existência do Ser vivo por excelência, que criou o universo, que entrou na nossa história e vive conosco”.
Pelo fato de na Igreja estarmos sempre atarefados, com problemas para resolver e desafios para se superar, “corremos o risco de perder de vista a nossa relação pessoal com Deus”.
O Pregador explicou também que o Deus vivo, a quem nós cristãos recorremos, não é simplesmente a primeira pessoa divina, ‘Deus Pai’. O Pai gera o Filho e, com ele, exala o Espírito, comunicando-lhes toda a sua divindade. Esse é o Deus da comunhão e do amor, no qual unidade e trindade procedem da mesma raiz e do mesmo ato; um não existe sem o outro e nenhum é superior ao outro.
Cantalamessa destacou que “o Deus vivo dos cristãos é a Trindade viva: Deus é amor, Deus é trindade! Nisto encontramos a resposta da revelação dada pela Igreja: Deus é amor desde sempre, com o Verbo, o qual amava com amor infinito no Espírito Santo. Nós cristãos acreditamos em um só Deus, não em um Deus solitário!”.
O dogma da unidade e trindade de Deus é expresso na frase: ‘Sejam um, como nós somos um’. Segundo o sacerdote, todos desejamos a unidade do fundo do coração. “A Trindade nos mostra o verdadeiro caminho para a unidade, segundo as palavras de Cristo: ‘Eu estou no Pai e o Pai está em mim’. O Filho nos ensina a gritar Abba, Pai! O Espírito Santo nos ensina a clamar: ‘Jesus é o Senhor! E a invocar’: Maranathà, ‘Vem, Senhor Jesus'”.
Segundo o pregador da Casa Pontifícia, contemplar a Trindade nos ajuda a vencer a odiosa discórdia do mundo. O primeiro milagre que o Espírito fez em Pentecostes foi fazer dos discípulos um só coração e uma só alma.
“O que mais nos torna felizes, em relação à Trindade, é contemplá-la, imitá-la e entrar nela! Não podemos abraçar o oceano, mas podemos entrar nele. Da mesma forma, não podemos abraçar o mistério da Trindade, mas podemos entrar nele, através da Eucaristia. Na comunhão realiza-se o significado da palavra de Cristo: “Quem me vê, vê o Pai, quem me recebe, recebe o Pai'”, ensinou.
Concluindo sua segunda pregação de Advento, o Padre Raniero Cantalamessa, enfatizou que “a Trindade não é apenas um mistério da nossa Fé, mas uma realidade viva e palpitante: o Deus vivo, a Trindade viva!”. (EPC)
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