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Relatório do governo da Guatemala aponta tráfico internacional de pessoas durante guerra civil no país

São Paulo (Sexta, 11-09-2009, Gaudium Press) Forças de segurança da Guatemala tiraram mais de 330 crianças de suas famílias e as enviaram ao exterior durante a guerra civil de 1960 a 1996, revelou nesta quinta-feira um relatório do governo, de acordo com a agência Reuters. O estudo aponta que o número pode ultrapassar os milhares de crianças.

Soldados e policiais, de acordo com o texto, desapareceram com os pais das crianças, mentiram sobre como as haviam encontrado e as entregaram a orfanatos estatais para que fossem vendidas a pais adotivos nos Estados Unidos e na Europa. O estudo foi feito com arquivos governamentais da época.

Os arquivos do departamento de bem-estar social da Presidência citam centenas de crianças cujos pais foram mortos pelo Exército ou que foram tiradas de seus familiares e, em seguida, entregues para adoção com documentação falsa.

“Algumas pessoas envolvidas na organização destas adoções converteram o processo em um negócio lucrativo e, com isso em mente, deram prioridade às adoções internacionais”, afirmou o diretor do arquivo e autor do relatório, Marco Tulio Alvarez, durante entrevista coletiva.

Depois da China, a Guatemala era a segunda maior fonte de crianças para adoções internacionais, em 1996. Porém, os números diminuíram com o endurecimento da política de adoção instituída pelo governo em 2007.

Os pesquisadores estudaram 333 casos para esse relatório preliminar das adoções durante os anos mais violentos da guerra, entre 1977 e 1989, logo depois que os arquivos foram abertos no ano passado pelo presidente do país, Álvaro Colom.

 

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