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Fonte eclesiástica no Sudão do Sul alerta sobre possibilidade de genocídio no país

Juba – Sudão do Sul (Terça-feira, 12-07-2016, Gaudium Press) Um grave alerta foi emitido por uma fonte eclesiástica no Sudão do Sul através da agência informativa das Obras Missionárias Pontifícias, Fides: “No Sudão do Sul se corre o perigo de sofrer um genocídio”, alertou. A fonte pediu “escreva em letras grandes, para que alguém da comunidade internacional intervenha antes que seja tarde”.

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A análise da situação local induz a pensar em outros graves conflitos em países africanos que degeneraram em uma intensa violência étnica. “Quando cessam os combates com armas pesadas, começam os massacres contra membros do grupo étnico rival”, descreveu a fonte. “Temos visto demasiadas vezes em outras cidades do Sudão do Sul durante a guerra civil que se acreditava que tinha terminado com o acordo de paz de agosto de 2015, mas agora os combates estalaram em Juba, a capital, e ameaçam sumir com o país em um verdadeiro genocídio”.

O falido processo de paz fracassou em sua tentativa de finalizar os enfrentamentos entre os militares do presidente Salva Kiir e os milicianos do vice-presidente Riek Machar, que se reavivaram no dia 08 de julho e já deixam uma cifra de mais de 300 mortes. A fonte eclesiástica qualificou o domingo, 10 de julho como “um dia terrível” por causa da escalada da violência. “Os combates estalaram às 08h30 e se prologaram até às 20h, quando começou a cair uma forte chuva na capital. Talvez o Senhor tenha tido piedade e os combates cessaram”, descreveu. “Esta manhã os enfrentamentos começaram novamente, ainda que neste momento pareça que há uma trégua. As tropas do governo usam armas pesadas e utilizam helicópteros para bombardear as posições rebeldes”.

Além dos combates entre os armados, os civis estão sendo afetados, incluindo aos presentes no acampamento das Nações Unidas onde se refugiam milhares de pessoas, o qual foi bombardeado. “Agora estão destruindo inclusive a capital, que era a única cidade que havia permanecido intacta. Não somente com os combates mas também com o saque que acompanha e segue a luta”, afirmou. “O inimigo é visto como um que pertence à etnia adversária. Por isso tememos que ocorra um genocídio por motivos étnicos”.

“Não gostaria que no futuro, os jornalistas se vejam obrigados a escrever artigos, que então serão inúteis, sobre o ‘genocídio do Sudão do Sul'”, concluiu. “No entanto, temos uma oportunidade para evitá-lo, mas temos que nos apressar. A comunidade internacional deve intervir, inclusive pela força antes de que seja tarde”. (GPE/EPC)

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