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Diocese de Joinville comemora Solenidade de Corpus Christi com 10 mil fiéis 

Joinville (Sexta-feira, 24-06-2011, Gaudium Press) Desde às 6h de ontem, a praça Nereu Ramos, em Joinville, “Cidade dos Príncipes”, já estava repleta de fiéis que confeccionavam os famosos tapetes para a procissão e demais solenidades de Corpus Christi. “A tradição de adornar as ruas com tapetes ornamentados – como explicou o bispo de Joiville, Dom Irineu Roque Scherer – se originou em Ouro Preto e a prática foi adotada em diversas dioceses do território nacional”.

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A principal celebração eucarística da jornada, na mais populosa cidade de Santa Catarina, teve lugar, na própria praça Nereu Ramos, às 15h, presidida por Dom Roque Scherer. A homilia que o prelado pronunciou no local, e que foi seguida com atenção por todos os presentes, teve início com um recorrido histórico sobre a origem de tão importante solenidade.

Algo de história
Segundo o prelado, no século XIII, em um ambiente de pouca crença sobre a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, “foi necessário sair pelas ruas das cidades, em público, e gritar em alto e bom som: “Jesus está vivo, e no meio de nós”.

Nestes tempos, continuou Dom Roque Scherer, ” uma jovem órfã chamada Juliana, nascida na Bélgica, que posteriormente seria canonizada, teve uma visão na qual a Igreja era figurada por uma lua cheia com uma mancha negra, que representava a ausência de uma festa para celebrar o Sacramento dos Sacramentos: a Eucaristia”. Conforme o prelado, Juliana, emocionada ela mesma pela visão, quis comunicá-la ao bispo de sua diocese e a doutores eclesiásticos com os quais tinha contato. Um deles seria o famoso Papa Urbano IV.

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De acordo com Dom Roque Scherer, no mesmo período Urbano IV propôs ao célebre Frei Tomás de Aquino se ele aceitava se tornar cardeal da Igreja. “Entretanto, a ousada resposta do futuro santo surpreendeu o Papa. ‘Não, Santo Padre. Na verdade, eu desejo algo maior’. O Papa, surpreendido, disse: ‘Você quer ser Papa?’. Então Santo Tomás manifestou o seu desejo: ‘O que eu quero é que a festa de Corpus Christi se estenda a toda a Igreja’. O Papa, antes de responder, ficou um pouco meditativo, depois lhe disse: ‘Pedis muito, Tomás, mas o farei se me prometerdes encarregar-vos da composição da liturgia da festa’. E assim foi! (…) Os belíssimos textos que a liturgia da Igreja têm para essa solenidade, tanto na Missa como na Liturgia das Horas, foram escritos por esse grande Santo”, relatou o bispo de Joinville.

Segundo o prelado, “a festa de Corpus Christi em toda a Igreja Católica foi instituída por meio da Bula Transiturus, de Urbano IV, do dia 8 de setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira, após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes”.

A respeito do significado da Solenidade de “Corpus Christi”, Dom Roque Scherer disse, em sua homilia, que ela deve ser também ocasião para “realizar com alegria e coragem a evangelização em nossas cidades atuais, pois permite contemplar Cristo e reconhecê-lo onde quer que ele se manifeste, com suas diversas presenças, mas, sobretudo, no sacramento de seu Corpo e de seu Sangue. A Igreja vive de Jesus eucarístico, por Ele é nutrida, por Ele é iluminada. A Eucaristia é mistério de fé e, ao mesmo tempo, mistério de luz”.

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A tripla relação do cristão com a Eucaristia
O cristão tem “uma tripla relação com a Eucaristia”, prosseguiu o bispo em sua homilia. “Primeiramente, com Jesus Cristo. No Evangelho de hoje (Jn 6-51-58), Ele mesmo nos disse: ‘Eu sou o Pão vivo caído do céu’. Em segundo lugar, nosso relacionamento comunitário expresso na Segunda Leitura (1 Cor 10,16-17). (…) Já que todos nós comemos do mesmo pão, que é Cristo, bebemos do mesmo sangue, do mesmo cálice com o sangue de Cristo, então nós temos por vocação ser um só corpo, uma só família. A terceira dimensão é a social”. Recordando que a Eucaristia foi prefigurada no Antigo Testamento pelo maná, oferecido por Deus ao povo judeu após a fuga do Egito, o bispo de Joinville afirmou que o povo “que havia saído de um regime de escravidão estava no caminho rumo à terra da liberdade para ser dono de sua vida e de seu destino”.

Neste sentido, salientou Dom Roque Scherer, todas as festividades relacionadas a “Corpus Christi” devem motivar um exame da própria vida. “Na intimidade do diálogo pessoal com Jesus, com sinceridade, Lhe perguntamos: está contente com o meu modo habitual de comportamento? Esta festa do Corpus Christi não pode reduzir-se a acompanhar o Senhor na sua passagem pelas ruas da cidade. O chamamento de todos, sem exceção, à plenitude da vida cristã, quer dizer, à santidade, é-nos proposto como verdade evidente”, sublinhou o prelado.

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A procissão
Com os pensamentos da homilia do bispo, e após a celebração da missa, os presentes se dispuseram à solene e vistosa procissão do “Corpus Christi”: “Como prolongamento da Santa Missa, acompanharemos hoje o Senhor, que percorrerá as ruas desta cidade, espalhando bençãos. Seu trono será a custódia, o ostensório. Na ruas, em sua homenagem, tapetes de flores. Vamos vestidos de festa para cantar o Amor dos amores: tudo nos parece pouco para honrar ao Senhor e para que o ambiente reflita a alegria que nos emociona”, disse o prelado ao final de sua homilia.

A procissão contou com um número maciço de participantes. Cerca de 10 mil fiéis foram às ruas, com destaque para a manifestação ativa das ordens religiosas que existem na cidade e para as diversas pastorais diocesanas. Como cada ano, os tapetes florais, tradicionais no Corpus Christi do país, foram a estrada percorrida pelo “Rei dos Reis” em seu passagem abençoadora pelas ruas da “Cidade dos Príncipes”.

 

 

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