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Mensagem do Papa às redes sociais: sejam portadores tranquilos da razão

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 24-01-2013, Gaudium press) Autenticidade, privacidade, respeito, empenho educativo e evangelização: são os pedidos que emergem da Mensagem para a 47º Jornada Mundial das Comunicações Sociais, publicada hoje no Vaticano sobre o tema “Redes sociais: portas da verdade e da fé – novos espaços de evangelização”. Na manhã de hoje o documento foi apresentado pelo arcebispo Claudio Maria Celli e dom Paul Tighe, respectivamente presidente e secretário do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.

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Dom Cláudio Maria Celli

Devido à crescente presença de pessoas de várias gerações nas redes sociais, o Papa passou a considerar a importância desta realidade nos dias de hoje já que existem mais de um milhão de participantes cadastrados somente no Facebook. Por outro lado, é necessário oferecer um pensamento pastoral como cristão e levar uma mensagem respeitosa e benéfica aos outros participantes do ambiente digital.

“Estes espaços, quando bem e equilibradamente valorizados – observa o Papa -, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana.”

O pontífice convida os participantes das redes a serem “alimentados pelas aspirações contidas no coração do homem” e para que seja aberto um espaço de “valorização do diálogo, do debate racional e de argumentação lógica”, e para que corresponda também “às mais nobres aspirações”.

“Às vezes – nota o Santo Padre -, a voz discreta da razão pode ser abafada pelo rumor de excessivas informações, e não consegue atrair a atenção que, ao contrário, é dada a aqueles que se expressam de forma mais persuasiva.”
Por outro lado, Bento XVI vê a importância da presença da Igreja na realidade digital: “se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial.”

O Santo Padre chama os fieis a dividirem com autenticidade “a fonte profunda de sua esperança e de sua alegria”, pois neste espaço existe uma grande possibilidade para os fieis possam contribuir com a presença da religião no debate público e social.

O pontífice acrescenta ainda que: “A confiança no poder da ação de Deus deve ser sempre superior a toda e qualquer segurança que possamos colocar na utilização dos recursos humanos. Mesmo no ambiente digital, onde é fácil que se ergam vozes de tons demasiado acesos e conflituosos e onde, por vezes, há o risco de que o sensacionalismo prevaleça, somos chamados a um cuidadoso discernimento”.

Na Mensagem, foi destacado também o incentivo à utilização das redes sociais como espaço de “compartilhamento de recursos espirituais e litúrgicos”, para que se abra ao ambiente digital “as portas de outras dimensões da fé”.

“Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital”, concluiu o Papa em sua Mensagem.internet.jpg

Dom Celli ressaltou ainda em coletiva de imprensa, que através da Mensagem “o Papa nos indica o caminho mais rico e humano” na rede, que seria aquele do “diálogo respeitoso com os outros”. Outro tema fundamental em relação à utilização das redes sociais é a autenticidade e a questão da segunda vida que se desenvolve no ambiente digital e que permite aos usuários serem anônimos ou até se utilizarem de um nome falso. Outro fenômeno é o problema da mídia pessoal, ou seja, a escolha de temas, páginas e de tudo aquilo que agrada ao usuário da rede.

Dom Tighe acrescentou que “vivemos na mesma realidade”, portanto não existe dualismo em nossas vidas, mas sim dois espaços de comunicação: na realidade e através de meios digitais. Uma realidade que nos convida a ser responsáveis, respeitosos e “portadores tranqüilos da razão”.

A presença do Papa no Twitter confirma a sua abertura e respeito aos usuários das redes sociais, mas também a sua consciência em relação aos limites existentes neste meio de comunicação, incluindo o risco de ofensas. Porém, como destacou dom Celli, “é melhor participar ao invés de estar presente somente para evitar desentendimentos.” Um grande e surpreendente sucesso demonstrou os tweets em latim que superaram os 10 mil seguidores.

A Mensagem foi publicada em sete línguas: italiano, espanhol, português, francês, inglês, alemão e polonês. (AA/JS)

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