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Wall Street Journal critica acordo China-Vaticano

Assim que tomou conhecimento do aval do acordo, o jornal americano publicou um editorial incisivo.

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Redação (26/10/2022 09:32, Gaudium Press) A edição digital do Wall Street Journal (WSJ) de 23 de outubro, em um artigo sob responsabilidade do “Conselho Editorial”, analisa o recente endosso do acordo China-Vaticano para a nomeação de bispos. O Wall Street Journal é um dos jornais mais influentes do mundo, principalmente no campo econômico.

A nota, intitulada “Dos católicos e comunistas chineses”, é bastante crítica ao acordo, que foi estabelecido provisoriamente em 2018, prorrogado por dois anos em 2020 e recentemente prorrogado novamente.

Depois de destacar o poder absoluto que Xi Jinping alcançou na China, o editorial aponta que há realmente pouco progresso a mostrar em termos de liberdade religiosa no gigante asiático. Pelo contrário, o jornal frisa que o principal efeito do acordo é “silenciar as críticas do Vaticano aos abusos dos direitos humanos, desde o genocídio de muçulmanos uigures até o julgamento político do Cardeal Joseph Zen em Hong Kong”. Isso representaria um “retorno à fracassada Ostpolitik do Vaticano das décadas 1960 e 1970, quando Roma silenciou as críticas à União Soviética e seus satélites do Leste Europeu”.

 “O acordo dá voz a Pequim na nomeação de bispos católicos – continua o WSJ – mas seus termos são secretos. Um punhado de bispos foi nomeado, a maioria deles pró-Pequim. Entretanto, o National Catholic Register informa que 36 das 98 dioceses da China não possuem bispo”.

O jornal ressalta que a China insiste particularmente que bispos e sacerdotes sirvam aos interesses do partido comunista ateu.

Carta branca?

Sobre as recentes afirmações do Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Parolin, no sentido de que é preciso assumir a “boa fé” dos comunistas chineses, o jornal americano afirma que “o uso [da palavra] ‘fé’ nessa frase é espantoso, pois os comunistas na China repudiam toda fé religiosa. A China também não fez nada para merecer essa suposição.”

Lembrando o lema de João Paulo II “não tenha medo”, que ele aplicou desafiando “regimes como o da União Soviética e usando seu papado para chamar a atenção do mundo para a situação dos esquecidos e perseguidos”, o WSJ expressa que “o lema atual do Vaticano é: tenha medo”, e que os comunistas chineses receberam carta branca para sua “conduta desumana”.

 

 

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