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Vinte mártires da Guerra Civil Espanhola beatificados em Sevilha

O Cardeal Semeraro beatificou, na manhã deste sábado, 18 de novembro, Pe. Manuel González-Serna Rodríguez e um grupo de companheiros, assassinados por ódio à fé em 1936.

Foto: Vatican news

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Redação (19/11/2023 15:36, Gaudium Press) O Papa Francisco recordou, após o Angelus deste domingo, 19 de novembro, os novos beatos que o Cardeal Marcello Semeraro elevou às honras dos altares ontem, em Sevilha. “Mortos em 1936, durante a perseguição religiosa da Guerra Civil Espanhola, esses novos mártires deram testemunho de Cristo até o fim. Que seu exemplo possa confortar os muitos cristãos de nosso tempo que são perseguidos por sua fé”.

O Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos presidiu, em nome do Papa Francisco, a beatificação do Pe. Manuel González-Serna Rodríguez e de outros dezenove mártires na catedral de Sevilha. Na homilia, ele sublinhou que a vida cristã “não é um passeio, mas uma missão arriscada”, e ninguém é “pago para aplaudir, como nos espetáculos terrenos”. Pelo contrário, Jesus “adverte que até mesmo os laços familiares podem ser comprometidos pelo seu discipulado”.

Os vinte novos beatos, explicou o cardeal, são um novo exemplo da “santidade do martírio” de que falou o Papa Francisco na quinta-feira passada, no seu discurso aos participantes da conferência sobre a dimensão comunitária da santidade.

A maioria dos mártires eram sacerdotes; os demais eram fiéis leigos, e um deles tinha um filho que ainda era seminarista. Há também uma mulher que, muito “ativa nas obras de caridade, era colaboradora do pároco”, Dom Manuel González-Serna Rodríguez. Este último, “para dar testemunho da sua fé, quis ser fuzilado ao lado do Evangelho”. Outro sacerdote, Miguel Borrero Picón, “no momento do seu martírio, quis usar a batina para mostrar publicamente sua identidade”. O assassinato de outros tomou “formas diferentes, mas todos, no momento decisivo, aceitaram a morte como expressão de sua fidelidade a Cristo”. O sacerdote Juan María Coca Saavedra, durante os cinco dias de cativeiro a que foi submetido, exerceu o ministério da reconciliação; outros, “rezavam e consolavam-se mutuamente, expressando também palavras de perdão aos seus assassinos”.

O cardeal Semeraro recordou um antigo hino cristão em homenagem aos mártires, que “começa por louvar estas testemunhas de Cristo”, e que, “inflamados pelo verdadeiro amor, foram mais fortes do que o medo humano da morte, e que, tendo sofrido o martírio, agora estão no céu e desfrutam de uma alegria sem fim”. Logo em seguida, porém, o hino passa a considerar a situação em que cada um se encontra: “afirma que há uma condição de martírio para todos e enumera três formas dele”. A primeira é pro fide mortis passio, ou seja, “sofrer a morte por causa da fé cristã”. O segundo martírio que um fiel é chamado a experimentar é iniuriae remissio, ou seja, “perdoar ofensas”. A terceira forma é proximi compassio, isto é, “misericórdia”.

“O mártir, no final”, concluiu o cardeal, “não é simplesmente aquele que sofre perseguição, mas também aquele que, como Jesus na cruz, é capaz de dizer: ‘Pai, perdoa'”.

Com informações Vatican news

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