Igreja e vilarejo católico são incendiados na Birmânia

O exército da Birmânia atacou um vilarejo católico e incendiou a igreja local e as casas dos habitantes, na região nordeste do país

Igreja de Santa Maria – Yangon, Myanmar

Redação (22/01/2023 05:40, Gaudium Press) Vítima de uma longa guerra civil, a Birmânia e, especialmente os católicos deste país do leste asiático, sofrem constantemente com a violência que só faz aumentar.

No último 15 de janeiro, um vilarejo conhecidamente católico foi incendiado na diocese de Mandalay, no nordeste do país. A igreja do local e as casas foram incendiadas pelo exército birmano, que está no governo do país após um golpe de estado em fevereiro de 2021.

Ao todo foram incendiadas a igreja da Assunção, construída em 1894, o convento das Irmãs missionárias de Maria e mais 500 residências. Milagrosamente, a capela da adoração não foi atingida pelas chamas, segundo informou a agência Fides.

Segundo relatos, os soldados chegaram no vilarejo e forçaram a fuga dos três mil habitantes. A comunidade de religiosas da cidade insistiu que não houvesse resistência por parte dos moradores para evitar um massacre.

Infelizmente, notícias semelhantes são frequentes na Birmânia, o que mostra uma perseguição constante contra a comunidade de católicos. Os soldados do exército birmano tem o costume de invadir e acampar durante dias nas igrejas dos vilarejos.

Ataques violentos, incêndios e mesmo ataques aéreos contra regiões e edifícios católicos viraram moeda corrente no país. Não é em vão que, há quase um ano, em fevereiro de 2022, o Papa Francisco pediu orações especiais pela paz na Birmânia.

Apenas 3% da população do país é católica, mas isso não impede que sejam especialmente perseguidos pelo exército que considera a Igreja Católica uma resistência contra a ditadura militar. No relatório de 2023 da Organização Portas Abertas, a Birmânia ocupa a 14ª posição de países onde a perseguição contra os cristãos é grande.  (FM)