“Temos todo o direito de nos defender”, diz Cardeal sobre perseguição religiosa na Nigéria

“Nossa religião não diz que devemos nos sentar e deixar que nos matem”, assegurou o Cardeal John Onaiyekan.

Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell.

Nigéria – Abuja (08/08/2022 12:09, Gaudium Press) Durante a 19ª Assembleia Plenária do Simpósio da Conferência Episcopal da África e Madagascar (SECAM), o Cardeal nigeriano John Onaiyekan falou sobre a difícil situação da Igreja em seu país, onde talvez os cristãos mais sofrem perseguição no mundo.

De acordo com o purpurado, “há uma grande insegurança em todo o país, a cada dia matam mais pessoas, os bandidos e os terroristas parecem ter via livre. A situação de segurança na Nigéria está ficando fora de controle. Ninguém está seguro, não apenas os cristãos. É como se o governo tivesse perdido o controle”, lamentou.

Uma questão de respeito e defesa da vida humana

Ele expressou que não considera que o que está acontecendo em seu país seja uma guerra de muçulmanos contra cristãos, uma vez que muitos muçulmanos estão morrendo, já que a violência é mais acentuada nos estados do norte, onde há maioria muçulmana.

A situação é insustentável: “Se o governo não intervir, há espaço aberto para todos, seja Boko Haram ou qualquer outro criminoso. Não é uma questão de cristãos e muçulmanos. É uma questão de respeito e defesa da vida humana”.

Nossa religião não diz que devemos nos sentar e deixar que nos matem

“Infelizmente”, diz ele, “muitos dos perpetradores [da violência] continuaram carregando a bandeira do Islã. Minha resposta é que os cristãos devem seguir permanecendo firmemente cristãos e saber ser fiéis à sua religião. Quando se trata de nos defender, devemos começar a trabalhar nos meios para nos defender dos criminosos. Nossa religião não diz que devemos nos sentar e deixar que nos matem. Temos todo o direito de nos defender.”

Aos cristãos, que devem ser fiéis à sua condição como tal: “Sejam bons cristãos onde quer que estejam. Se você é cristão e está no exército, faça um bom trabalho para proteger as pessoas”. (EPC)