Santo Elias, o Profeta de fogo
Poucos marcaram tanto a história quanto Santo Elias, o “príncipe dos profetas”, cuja festa litúrgica é comemorada no dia 20 de julho.
Redação (20/07/2023 08:20, Gaudium Press) Elias, o tesbita, representa junto com Moisés o modelo acabado de profeta no Antigo Testamento. Seu lema o define inteiramente: “Zelo zelatus sum pro Domino, Deo exercituum” (Estou devorado de zelo pelo Senhor, o Deus dos exércitos) (I Rs 19, 10). A intimidade com Deus fez dele uma bênção extraordinária para sua geração.
Contudo, o fato de haver sido arrebatado numa carruagem de fogo mostra que aqueles homens não mereciam um varão de sua estatura moral, nem eram mais dignos de contemplar sua face.
Cheio de ódio sacral contra a idolatria, Elias brilha por sua plena confiança na Providência mesmo nos momentos mais angustiantes de sua vida, pervadida de riscos e epopeias sacrossantas.
Sua rica personalidade se caracteriza por um equilíbrio a toda prova, bem como por um finíssimo senso profético, que o levava a perceber com clareza a vontade divina, a fim de pô-la em prática com energia, ênfase e resolução.
Ele manifestou ser uma tocha daquela fé que move montanhas, em meio a uma geração que mancava com ambos os pés pretendendo servir ignominiosamente a Deus e a Baal.
Uma nuvenzinha no horizonte
Com autoridade profética decretou a seca e assim se fez, implorou o fogo do céu e este desceu consumindo o holocausto que havia preparado, dizimou os falsos sacerdotes idólatras e, ao ver no horizonte uma nuvem do tamanho de um punho, anunciou a iminência de um temporal após sete anos de aridez.
Sua ligação com a Santíssima Virgem é estreita. Com efeito, a “nuvenzinha de Elias” se apresenta como um sinal cintilante do advento de Maria, o qual indicava a torrencial chuva de bênçãos por Ela trazida à terra com o nascimento de Jesus.
Por esse motivo o profeta de fogo tornou-se o primeiro grande devoto de Nossa Senhora, a quem conheceu misticamente.
Dele surgiria a coorte profética do Monte Carmelo, guiada por Eliseu após sua partida para o Céu (cf. II Rs 2, 11), que atravessaria os séculos e daria origem à Ordem Carmelitana, dedicada ao louvor da Virgem.
Não se pode chegar à perfeita devoção a Maria sem participar do espírito de Elias profeta. Essa marca eliática distingue os verdadeiros servidores de Nossa Senhora, conferindo-lhes zelo pela glória de Deus, agilidade de águia para a contemplação divina e santa cólera contra os demônios e os filhos das trevas.
Por Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP.
Texto extraído do livro Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens vol. 3.
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