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Sacerdote francês propõe Missas em casa, como nos primeiros tempos da Igreja

O Padre François-Maria Léthel, consultor da Congregação para as Causas dos Santos, afirma que o “mais urgente é poder dar a comunhão aos fiéis”.

Missa cálice

França – Paris (04/05/2020 13:30, Gaudium Press) Diante da negativa do governo francês de retomar o culto nas igrejas ao menos até antes de 2 de junho, as iniciativas para proporcionar a Eucaristia aos fiéis começam a pulular. Uma delas é a do Padre François-Maria Léthel, carmelita descalço e consultor da Congregação para as Causas dos Santos.

“Não percamos tempo lutando contra os governos. O mais urgente é poder dar a comunhão aos fiéis. Em comunhão eclesial e em um diálogo confiante e aberto entre Bispos, sacerdotes e leigos, é preciso buscar, explorar e inventar todas as vias possíveis para dar Jesus Eucaristia a todos, também fora da celebração da Missa e dos lugares de culto, como se faz pelos enfermos”, expressa o carmelita.

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Propostas concretas

“Se poderia assim dar amplamente aos sacerdotes a permissão de celebrar Missas domésticas nas casas dos fiéis, para chegar até as famílias, também com a permissão de guardar a Presença Eucarística nessas casas seguras, recordando que já no passado, família cristãs tinham a permissão excepcional de um oratório. Assim seria possível para essas famílias e seus vizinhos viver em conjunto a adoração eucarística, a celebração da Palavra e a comunhão”, diz o Padre Léthel.

Recorda o sacerdote que nos três primeiros séculos da Igreja -tempos de perseguição- a vida sacramental não estava ligada a lugares de culto determinados. “Antes de Constantino, se celebrava em casas privadas, particularmente naquelas das grandes damas romanas. Se hoje o governo impede a celebração nas igrejas, nada nos proíbe celebrar a missa nas famílias, e inclusive nas famílias ampliadas (parentes, amigos, vizinhos…)”, ressalta.

missa calice e ambula

Novas missões para os ministros da Eucaristia

As propostas anteriores dariam origem a uma visão ampliada e renovada dos ministros da eucaristia. Estes, no pensamento do Padre Léthel “deveriam ser agora mais numerosos, com uma formação acelerada e adaptada à nova situação. Cada vez mais fiéis estão já bem preparados para isso. (…) Eles estão prontos para levar a comunhão mas também para guardar a eucaristia em casa. Os sacerdotes devem simplesmente confiar esta missão a cristãos sérios que eles conheçam, nada mais”.

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Comunhão espiritual – comunhão sacramental: a voz dos santos

O carmelita reconhece os benefícios de nestes dias convidar através dos meios de comunicação a realizar a comunhão espiritual, “mas esta comunhão espiritual não substitui a comunhão real. Há hoje uma grande necessidade de dar a comunhão aos fiéis fora da missa. Há urgência. O povo de Deus não deve ficar muito tempo nesta situação”.

O sacerdote carmelita recorda em suas declarações à ‘Famille Chrétienne’ o grande apreço dos Santos pela comunhão sacramental frequente, como Santa Teresinha do Menino Jesus, a co-padroeira da Europa, Santa Catarina de Siena ou o Venerável vietnamita Dom Vant Thuan, que “desde o início de sua detenção nas prisões comunistas vietnamitas, havia conseguido ter um pouco de vinho em um frasco de ‘medicamentos contra dor de estômago’, com pequenas hóstias escondidas. Ele podia pois celebrar a missa diariamente com três gotas de vinho na palma da mão e um fragmento de hóstia na outra. Ele celebrava totalmente sozinho durante o período de isolamento. Que exemplo! Os santos tem este amor da Eucaristia que eles consideram como a maior união com Deus em Jesus Cristo”.

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Concluindo, o sacerdote recorda a encíclica ‘Mysterium fidei’, de Paulo VI, texto muito importante sobre a devoção eucarística, onde se trata da necessidade do cristão de ter acesso a Jesus sacramentado. (EPC)

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