Sacerdote católico denuncia perseguição religiosa na Índia

Os pais de uma mulher de 25 anos e outros sete cristãos foram presos na Índia com base em uma nova lei nacional contra a conversão.

Índia – Nova Delhi (10/02/2021 15:30, Gaudium Press) Um grupo de nove pessoas que participavam de uma celebração pública de oração no centro de Indore, Índia, foram detidos com base em uma denúncia infundada de fundamentalistas.

Foram presos os pais de uma mulher e outras sete pessoas com base em uma nova lei nacional contra a conversão, pois, segundo a denúncia dessa mulher de 25 anos, eles a obrigaram a abraçar o cristianismo.

Nove cristãos presos

O delegado de polícia, Santosh Kumar Dudhi, explicou que os pais da mulher lhe disseram que a levariam para a casa de sua avó, entretanto, a levaram para um centro comunitário cristão para um encontro de oração.

“Nasci indú e pratico essa religião… mas minha mãe e os que estavam presentes me obrigaram a deixar minha religião”, afirmou a mulher em sua denúncia à polícia. “Nove pessoas, incluindo os pais da mulher, foram presas e estamos buscando mais dois acusados”, explicou o delegado.

Liberdade de religião?

O Padre Babu Joseph questionou o ato indagando: “Participar de uma oração pública é um crime neste país? Se é assim, cada vez que se transmite um satsang (discurso espiritual) organizado por um sadhu ou um Sant, também deveria se levantar suspeitas. Em um país democrático, os cidadãos deveriam ter direito de exercer sua liberdade de culto, que parece estar em declive na Índia”.

O governo do estado de Madhya Pradesh promulgou o decreto 2020 sobre a liberdade de religião, que estabelece até 10 anos de cárcere para quem for acusado e declarado culpado de conversão por meios fraudulentos.

Grupos de ativistas maioritários usam desse novo decreto contra a conversão, como uma ferramenta para apresentar falsas denúncias e perseguir a pequena comunidade cristã local, criando tensão nas regiões onde os cristãos estão presentes. (EPC)