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Relatório revela abusos sexuais por membros da Igreja Católica na Espanha

Foi publicado um relatório de uma comissão de deputados espanhois sobre os crimes de abuso sexual contra menores cometidos por membros da Igreja Católica espanhola nas últimas décadas

bandeira espanha pixabay

Foto: Pixabay.

Redação (28/10/2023 13:00, Gaudium Press) Fruto de um trabalho de investigação que durou 15 meses, foi divulgado na última sexta-feira, 27 de outubro, um relatório sobre os abusos sexuais cometidos contra menores por parte de membros da Igreja Católica.

Diferente de outros países, como a França, Itália e Portugal, nos quais as autoridades eclesiásticas encomendaram a criação de um relatório semelhante, o documento espanhol foi feito por pedido de uma comissão de deputados criada em 2022.

Ángel Gabilondo, Defensor do Povo, foi responsável por fazer a apresentação do relatório no Congresso espanhol. O documento de mais de 770 páginas é a conclusão de um trabalho de escuta e investigação que durou cerca de 15 meses. Ao todo, foram ouvidas 478 pessoas que foram abusadas sexualmente quando menores por membros da Igreja Católica na Espanha.

No discurso de apresentação, o Defensor do Povo explicou que o informe é uma resposta às vítimas e ao sofrimento e solidão aos quais, durante anos, elas foram relegadas, enfatizando que os abusos tiveram um impacto nefasto na vida de cada uma delas.

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Discurso crítico contra a Igreja e proposta de melhorias

Ele não deixou de criticar duramente a postura dos membros da Igreja que encobriram os casos: “Não é verdade que todos soubessem. Porém, é certo que não é verdade que ninguém o soubesse”, disse Gabilondo sobre a existência dos casos de pedofilia.

O Defensor do Povo criticou igualmente a estratégia da hierarquia da Igreja em transferir os acusados de paróquia em paróquia, ou mesmo de país, a fim de abafar as repercussões dos casos.

Quanto às pessoas que recorreram às autoridades eclesiásticas pedindo justiça, Ángel Gabilondo explicou que poucas foram devidamente escutadas e atendidas.

Além de trazer a lume o problema da pedofilia, o informe sugere um novo modelo de indenização, propondo um fundo estatal de reparação às vítimas. O documento exorta a Igreja Católica a oferecer e financiar a ajuda psicológica para as vítimas e suas famílias, além de pedir uma maior cooperação por parte das dioceses no processo de investigação de tais crimes. (FM)

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