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Portugal: Juristas Católicos censuram volta da tentativa de legalização da eutanásia

Na hora derradeira, marcada pelo sofrimento, a resposta da sociedade e do Estado não pode ser a confirmação do desespero e a contribuição para uma morte provocada.

Na hora derradeira, marcada pelo sofrimento, a resposta da sociedade e do Estado não pode ser a confirmação do desespero e a contribuição para uma morte provocada.

 

Lisboa – Portugal (23/06/2020 14:37, Gaudium Press) A Associação de Juristas Católicos (AJC) de Portugal manifestou-se contra a volta aos trabalhos parlamentares que visam a legalização da eutanásia e considera “censurável” que isso aconteça em plena pandemia do coronavírus.

“Quando a vida de uma pessoa é marcada pela doença e pelo sofrimento, a resposta da sociedade e do Estado a essa pessoa não pode ser a de confirmar o seu desespero contribuindo para a sua morte provocada; essa resposta há de ser a de quem, movido pelo amor fraterno, não poupa esforços para eliminar ou aliviar esse sofrimento através dos cuidados paliativos”, afirma a nota de imprensa distribuída pela AJC.

Eutanásia quebra alicerces fundamentais da ordem jurídica, afirmam juristas católicos

A Associação de Juristas Católicos de Portugal considera que a legalização da eutanásia quebra “dois alicerces fundamentais” da ordem jurídica, “o da inviolabilidade da vida humana” e o de que “todas as vidas humanas sem exceção são merecedoras de proteção, nenhuma delas perde dignidade em qualquer das suas fases”.

Legalização da eutanásia “encerra uma profunda contradição”

“Depois da experiência que vivemos há vários meses devido à pandemia do coronavírus, a iniciativa ainda se mostra mais censurável.

Na verdade, essa experiência veio recordar-nos, precisamente, o valor supremo da vida humana em todas as suas fases e da missão dos profissionais de saúde”, diz a nota dos Juristas católicos.

A AJC entende que a legalização da eutanásia “encerra uma profunda contradição” com as lições que é possível colher da pandemia de Covid-19.

“Para proteger vidas humanas, aceitamos a privação de liberdades fundamentais, a paralisação do país e danos económicos e sociais incalculáveis. Só um objetivo tão válido como esse poderia levar-nos a tal e só ele dá sentido a tantos sacrifícios”, pode ler-se.

Na hora derradeira, marcada pelo sofrimento, a resposta da sociedade e do Estado não pode ser a confirmação do desespero e a contribuição para uma morte provocada.

 

A última fase da existência merece maior proteção

A nota sublinha que a maior preocupação se liga às “pessoas na última fase da sua existência e particularmente vulneráveis, que nem por isso são menos merecedoras de proteção”.

O texto sustenta ainda que a prática da eutanásia “desvirtua a tarefa dos profissionais de saúde”, que durante esta crise sanitária “se entregaram sem reservas à sua missão de serviço e proteção da vida em todas as suas fases”. (JSG)

 

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