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Por que o Núncio da Nicarágua deixou este país inesperadamente?

Fala-se de uma expulsão por parte do governo Ortega.  

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Redação (09/03/2022 12:40, Gaudium Press) A saída inesperada do país de Mons. Waldemar Sommertag, Núncio Apostólico na Nicarágua, no último domingo, sem ‘voo de volta’, já é claramente um distanciamento ainda maior da Igreja com o governo da Nicarágua.

Entre o núncio e o regime de Ortega “não houve boas relações, então, possivelmente, o Papa decidiu que ele renunciasse a essa função”, declarou Mons. Carlos Herrera, presidente do episcopado, ao Canal 10.

Comenta-se que um dos pontos de ruptura desta relação foi quando o Núncio começou a falar de “presos políticos” no país, algo que obviamente não fica bem para o governo Ortega.

O Núncio também sempre se mostrou muito próximo de Mons. Silvio Báez, o bispo que se tornou símbolo da defesa dos direitos humanos no país e que, por ordem do Vaticano, foi morar em Roma.

Mons. Herrera insiste que houve um problema de comunicação: “Havia certas limitações” na comunicação, afirmou o bispo. “Se não há comunicação, de que adianta estar nessa função de diplomata?”, acrescentou.

Por enquanto, nem o governo falou da expulsão, nem a Igreja falou do não regresso.

Mas, como várias fontes já afirmam, a saída inesperada do Núncio sem avisar ninguém do corpo diplomático, sem se despedir dos bispos, sem anunciar seu regresso: tudo junto forma um quadro de expulsão. Este seria um fato sem precedentes em muitas décadas em nível global.

Com efeito, o governo Ortega já deu sinais de que não respeita os bons costumes diplomáticos ao anular, em dezembro do ano passado, o cargo de Decano do corpo diplomático, que por definição correspondia ao Núncio. Não seria estranho a estas práticas ditatoriais, que o mesmo governo tenha emitido um discreto mas eficaz “ukaz”, ordenando a saída do Núncio.

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