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Por que estais a olhar para o céu?

Jesus não se afastou, mas ficou conosco de uma forma diferente. Ele está na glória do Pai, por isso está presente em cada um de nós, sempre, em qualquer lugar, em qualquer situação da nossa vida.

Jesus não se afastou, mas ficou conosco de uma forma diferente. Ele está na glória do Pai, por isso está presente em cada um de nós, sempre, em qualquer lugar, em qualquer situação da nossa vida.

Redação (23/05/2020 12:15, Gaudium Press) Em seu artigo semanal, Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da Diocese de Frederico Westphalen fez algumas reflexões a propósito das leituras litúrgicas proposta para o domingo, 24 de maio, festa da Ascensão do Senhor.  Aqui transcrevemos excertos destes comentários.

Deixai de olhar para o céu, é na terra que deveis dar provas da autenticidade da vossa fé

Os apóstolos ficaram contemplando o Mestre que se afastava “elevando-se à vista deles, uma nuvem escondeu-o a seus olhos”, ouvimos na 1ª Leitura deste domingo da Ascensão (Atos 1,1-11). Os seus olhares voltados para o céu assinalam a esperança da volta imediata de Jesus, o desejo de que, após um breve intervalo, Ele retome a obra interrompida.

Os homens vestidos de branco, que se lhes apresentaram, dizem-lhes: não será Jesus o encarregado de levar a cabo essa obra, mas sereis vós. Vós tendes a capacidade de fazê-lo, pois passastes quarenta dias com Ele após a sua Ressurreição e recebestes o Espírito. E Jesus estará convosco até ao fim dos séculos. Quer dizer: deixai de olhar para o céu, é aqui na terra que deveis dar provas da autenticidade da vossa fé.

O seu olhar voltado para o céu assemelha-se ao de muitos cristãos de hoje que não consideram a religião como um incentivo para se comprometerem de uma maneira concreta, afim de ajudarem a melhorar a vida de seus irmãos.

Será possível acreditar em Cristo e ainda ter dúvidas?

São Mateus, no Evangelho (Mateus 28,16-20) diz-nos que os onze apóstolos, partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando o viram, “adoraram-no; mas alguns ainda duvidaram”. Os discípulos têm fé, porém também têm dúvidas.

Será possível acreditar em Cristo e ainda ter dúvidas? É claro que sim! E não devemos estranhar, pois as dúvidas fazem parte da natureza do próprio ato de acreditar. Se só tivéssemos certezas, já não precisávamos da fé.

A razão de estarmos em festa: Estou sempre convosco até o fim dos tempos

Jesus, antes de mais, reporta-se à sua autoridade e confia-lhes a missão de continuarem a sua obra: “Todo o poder me foi dado… Ide e ensinai todas as nações… batizando todas as pessoas… ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”.

Esta é a razão por que hoje estamos em festa: Jesus não se afastou, mas ficou conosco de uma forma diferente. Ele está na glória do Pai, por isso está presente em cada um de nós, sempre, em qualquer lugar, em qualquer situação da nossa vida.

Jesus está sempre conosco. Em cada dia!

Vivemos em um tempo em que os compromissos são “descartáveis” e as fidelidades são a “prazo”. Reconforta-nos, pois, saber que Jesus está sempre conosco. Em cada dia!

Esta presença de Jesus acontece, pelo Espírito, no interior do nosso coração e na nossa vida. Atualiza-se na sua Palavra que escutamos e contemplamos, nos sacramentos que recebemos especialmente na Sagrada Eucaristia, na oração que fazemos e na vida fraterna que realizamos.

Jesus não escolheu pessoas sábias e inteligentes para continuarem a sua missão, mas pessoas simples cheias de fragilidades e limites. Hoje, somos nós os discípulos de Jesus. E é a nós que Jesus se dirige e confia esta missão: Ide, com as vossas capacidades e com o vosso jeito, e ensinai.

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