Poloneses vão às ruas para defender reputação de João Paulo II
Milhares de poloneses foram às ruas da capital polonesa, Varsóvia, para defender a reputação de João Paulo II
Redação (04/04/2023 08:00, Gaudium Press) Milhares de poloneses foram às ruas da capital polonesa, Varsóvia, no último 2 de abril para defender a reputação de João Paulo II, acusado recentemente por ter ocultado casos de pedofilia durante seu governo na arquidiocese de Cracóvia.
É bem conhecida a adesão à fé Católica e à figura do Papa polonês, por parte de seus compatriotas. Por esta razão, os poloneses foram à “Marcha nacional pelo Papa” munidos com bandeiras nacionais ou do Vaticano, para defender a reputação do falecido Pontífice.
As acusações contra João Paulo II
O autor holandês Ekke Overbeek publicou recentemente um livro intitulado “Maxima Culpa”. Em sua obra de caráter investigativo, o autor afirma que o então Cardeal Karol Wojtyla, futuro João Paulo II, encobriu sacerdotes da arquidiocese de Cracóvia envolvidos em casos de pedofilia.
Segundo Overbeek, o Cardeal transferia os sacerdotes de uma paróquia a outra a fim de evitar escândalos. O livro dá o exemplo de quatro sacerdotes: Kazimierz Lenart, acusado de abusar de um menor em 1969 e depois suspenso em 1979, pelo sucessor de Karol Wojtyla; Jozef Loranc, acusado de abuso em 1970 e que depois de uma passagem pela prisão continuou seu trabalho pastoral; Eugene Surgent, condenado à prisão por abuso de menores e depois enviado a outra diocese.
O autor de “Maxima Culpa” passou cerca de 10 anos entrevistando pessoas e vasculhando arquivos. Muitos dos arquivos usados por Overbeek são da antiga polícia comunista e as testemunhas pedem anonimato. O livro veio a lume juntamente com uma reportagem da televisão TVN, no dia 7 de março, apresentando acusações parecidas contra João Paulo II. A reportagem e o livro causaram polêmica no país de maioria católica.
Defendendo a reputação do Papa polonês
Os Bispos da Polônia se reuniram no último 16 de março para defender a reputação do Papa João Paulo II e publicaram uma declaração comum ao fim da 394ª assembleia geral. Segundo eles, o livro foi escrito “desprezando a análise científica, de forma tendenciosa, muitas vezes a-histórica e sem conhecimento do contexto”.
O documento assinado pelos epíscopos denunciam uma manipulação mediática em torno da figura do falecido Pontífice e acusa o livro de recorrer a fontes que “fiscalizam os cidadãos, escreviam denúncias, colaboravam com o regime comunista, perseguiam crentes e violavam consciências”.
A arquidiocese de Cracóvia também comunicou, no dia 10 de março, que “nenhum documento foi encontrado que pudesse atestar a veracidade das graves acusações feitas contra alguns dos hierarcas da Igreja de Cracóvia”, narra o comunicado. (FM)
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