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Poderá o Vaticano resolver o problema da Igreja no Iraque?

O Presidente do Iraque, Rashid, encontrou-se com o Papa no sábado.

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Redação (23/11/2023 18:17, Gaudium Press) O futuro dos poucos cristãos iraquianos não parece tão claro, considerando tudo o que está acontecendo com o Patriarca dos Caldeus, Cardeal Louis Raphaël Sako. Desde a invasão do país pelos EUA em 2003, os cristãos passaram de 1,5 milhão para 150.000.

O atual presidente do Iraque, Abdul Latif Rashid, que esteve com o papa no último sábado, revogou um decreto do presidente anterior, que reconhecia o Cardeal Louis Raphaël Sako como chefe da Igreja Católica Caldeia e, portanto, responsável pelos bens da Igreja.

Embora Rashid tenha dito que considerava que a medida não afetava o status do Cardeal Sako como chefe da Igreja Caldeia – visto que era uma determinação papal–, para o cardeal foi uma afronta e, em protesto, ele mudou a sede do patriarcado de Bagdá para um mosteiro na área do Curdistão iraquiano.

Essa transferência ocorreu em meio a discussões com Al-Kildani, líder das milícias babilônicas – que afirma representar os interesses da minoria caldeia do país – e sua ala política, o Movimento Babilônia. Al-Kildani acusou o Cardeal Sako de “estabelecer partidos, envolver-se em batalhas eleitorais e colocar em risco a segurança e o futuro dos cristãos no Iraque”. Por sua vez, o cardeal diz que Al-Kildani está “engrandecido e quer se tornar um líder para assumir o controle dos bens da Igreja e instalar seus parentes em cargos de administração”. Tudo indica que a retirada do decreto se deveu à influência de Al Kildani.

Em uma reviravolta ousada, Al-Kildani cumprimentou o Papa Francisco na audiência de 6 de setembro passado. Mas fontes da Secretaria de Estado do Vaticano disseram que isso não foi realizado de acordo com os canais diplomáticos comuns.

O cardeal Sako disse que sente que a Santa Sé não o apoiou como deveria. Parece que a visita do presidente Rashi, no último sábado, indica que o Vaticano quer assumir a liderança na resolução do impasse. O que o Vaticano exigirá do governo iraquiano para normalizar a situação? O que você pedirá ao cardeal? De qualquer forma, o Cardeal Sako disse que não voltará a Bagdá até que o decreto presidencial seja restaurado.

O cardeal também declarou, na terça-feira passada, no fórum Paz e Segurança no Oriente Médio (MEPS-23) em Duhok, que “um grupo de milícia não pode ditar o futuro dos cristãos”.

Com informações The Pillar

 

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