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Pesquisa na França indica: só 29% dos menores de 35 anos conhecem a “Ave Maria”

Mais que números frios de uma estatística, os resultados da recente pesquisa descrevem a alma de um povo no que ele tem de mais elevado: a religiosidade.

 Mais que números frios de uma estatística, os resultados da recente pesquisa descrevem a alma de um povo no que ele tem de mais elevado: a religiosidade.

Redação (24/08/2020, 9:30 – Gaudium Press) Em 1988 uma pesquisa encomendada pelo jornal francês “Le Monde” dava conta de que mais de 60% dos franceses sabiam rezar de cor o “Pai Nosso” e a “Ave Maria”.

Uma outra pesquisa semelhante produzida pelo mesmo jornal e realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), –uma referência em matéria de sondagens de opinião pública– foi dada a conhecer no sábado dedicado à Assunção de Nossa Senhora.

Em 30 anos o comportamento dos católicos franceses mudou muito: houve desabamentos

Este estudo da opinião pública realizado na nação que tem o título de ser a “filha primogênita da Igreja”, indica que, em pouco mais de 30 anos, o comportamento dos católicos a propósito de sua Fé, da cultura, do modo de ser, agir e praticar sua religião sofreu modificações. Analisando os resultados publicados, –trinta e dois anos depois–, eles indicam que ainda pode-se dizer –com certa condescendência– que a cultura cristã se mantém na França.

A diferença entre os resultados de hoje e os de 1988 é que a cultura e a expressão da religiosidade católicas (que já naquela época não poderiam servir de modelo) permanecem relativamente estáveis entre os franceses de mais de 50 anos, porém, a pesquisa de agora indica que aconteceu uma queda brusca, um verdadeiro desabamento na faixa etária dos menores de 35 anos.

Mais que números frios de uma estatística, os resultados da recente pesquisa descrevem a alma de um povo no que ele tem de mais elevado: a religiosidade.

Entre os jovens franceses, 58% não sabem rezar o Pai Nosso e apenas 29% deles sabem rezar a Ave Maria

Na véspera do 15 de agosto o Ifop perguntou aos franceses se eles conheciam de cor o Pai Nosso e a Ave Maria e colocou as respostas de hoje ao lado da pesquisa de 1988.

Enquanto 67% dos franceses conheciam o Pai Nosso em 1988, em 2020 este número baixou para 56%, ou seja 44% dos franceses não sabem o Pai Nosso. Dos que têm menos 35 anos, 42% deles conhecem o Pai Nosso, mas 58% não sabem rezá-lo. Mais desconcertante é que daqueles que têm a idade situada entre 18 e 24 anos, 60% não conhecem o Pai Nosso.

Quando, em 1988, os franceses foram perguntados se sabiam rezar a Ave Maria, 61% deles disse que sim. Agora, são apenas 46% os que conseguem rezar a Ave Maria de cor. Espanta a resposta dos que têm menos de 35 anos: apenas 29% deles sabem rezar a Ave Maria. Em outras palavras, 71% dos jovens desta faixa etária não sabem rezar a Ave Maria!

Mais que números frios de uma estatística, os resultados da recente pesquisa descrevem a alma de um povo no que ele tem de mais elevado: a religiosidade.

Muitos franceses desconhecem o significado das mais importantes festas e comemorações católicas

A pesquisa quis saber dos conhecimentos dos franceses sobre as comemorações e celebrações que a Igreja Católica promove ao longo do ano litúrgico.

Uma das perguntas feitas foi sobre a Páscoa: Pode dizer o que se celebra na Páscoa?

Em 1988, 43% dos entrevistados responderam que na Páscoa era celebrada a Ressurreição de Cristo. Em 2020 esse porcentual subiu de um ponto: 44%. Mas, entre os que se situam abaixo dos 35 anos, apenas 34% deles soube dizer corretamente.

Em 1988, como agora em 2020, não mais que 37% dos Franceses sabiam que na Festa da Ascensão comemora-se “a subida de Cristo ao céu”. No entanto, entre aqueles que têm menos de 35 anos, apenas 26% acertaram a resposta, ou seja 74% dos jovens não souberam responder corretamente o que era a Ascensão.

Na França, 13% dos adultos e 7% dos jovens saberiam dizer o se comemora em Pentecostes

Uma porcentagem pequena –18%– dos franceses de 1988 sabiam que em Pentecostes era comemorada a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos no Cenáculo em companhia da Virgem Maria.

Em 2020 essa porcentagem baixou mais, passou para 13%, sendo que, entre os jovens de menos de 35 anos, apenas 7% saberiam dizer o que vem a ser o Pentecostes.

Mais que números frios de uma estatística, os resultados da recente pesquisa descrevem a alma de um povo no que ele tem de mais elevado: a religiosidade.

A ignorância a respeito do Natal é menor…

O Natal também não escapou da ignorância religiosa dos franceses de hoje. Enquanto 83%, em 1988 sabiam dizer que no Natal se comemora o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 2020 esse número baixou para 75% entre o geral dos adultos franceses e, entre os jovens de menos de 35 anos, 70% souberam dizer corretamente.

Seria bom recordar que outras respostas sobre o que era o Natal também apareceram: festa da família, festa das crianças, réveillon.

Na França, adultos e jovens desconhecem a doutrina da Igreja, o catecismo

Sobre a doutrina católica, a ignorância também não é pequena. Perguntados sobre o que o entrevistado entendia ser o pecado, apenas 19% em 1988 e 23% em 2020 aproximaram-se da resposta quando afirmavam que era “algo contrário à religião, aos mandamentos, à lei de Deus”. Entre os jovens de menos de 35 anos, 23% deles deram respostas semelhantes aos mais adultos.

A falta de estudo catequético, ou melhor, a ignorância de assuntos fundamentais ensinados desde cedo aos católicos, inclusive às crianças, fica muito patente quando apenas 14% dos católicos franceses tanto de 1988 quanto de 2020 souberam responder o que era a Comunhão.

Entre os jovens de idade abaixo de 35 anos, apenas 9% disse que “comungar é receber a hóstia consagrada, tendo presente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. ”

Sobre a Santíssima Trindade, em 1988, apenas 23% dos entrevistados e 29% em 2020 se aproximaram da resposta correta dizendo que ‘Trindade era o Pai, o Filho e o Espírito Santo’.

Mais que números frios de uma estatística, os resultados da recente pesquisa descrevem a alma de um povo no que ele tem de mais elevado: a religiosidade.

Entre os católicos praticantes, o uso do terço caiu 25% e 34% não têm mais um crucifixo na parede

Ter um objeto religioso e um modo de testemunhar a Fé, é um modo de recordar a verdade à qual se aderiu.

Os fiéis católicos têm o salutar costume de possuir objetos religiosos que o auxiliam no culto, na oração, na afirmação de sua Fé. Quem não tem ou não usa objetos religiosos –muitos deles considerados sacramentais pela Igreja– inspirados e utilizados desde o início do cristianismo, perdem a oportunidade de realizarem e praticarem sua religiosidade cristã.

Por isso a Igreja sempre ensinou, recomendou e incentivou o uso destes objetos de piedade. Sobre isso o que nos diz a pesquisa publicada no último dia 15?

A pesquisa realizada entre os católicos praticantes franceses mostra que o uso de objetos religiosos está em baixa constante:

Em 1988, 87% dos católicos praticantes tinham um rosário. Em 2020, somente 62% deles tem um terço. Houve uma queda de 25%!

51% dos católicos praticantes usavam água benta em 1988. Em 2020, essa porcentagem baixou para 31%, houve uma queda de 20% no uso devoto deste sacramental.

Quanto ao fato de possuir uma imagem de Nossa Senhora, os números mostram um colapso impressionante: em 1988, eram 80% os católicos que tinham uma Imagem da Virgem Maria. Em 2020 esse número caiu para 66%. Houve uma queda de 14%!

Mais impressionante foi a queda no uso de um crucifixo nas paredes dos lares franceses. Hoje são 51% dos católicos têm um crucifixo exposto em sua casa, em 1988 eram 80% os lares que tinham um crucifixo. Houve uma queda impressionante de 34%.

Se os franceses tiram a Igreja da vida da França, a França deixa de ser França

Os resultados desta pesquisa mostram um momento do modo de ser do povo francês.  Mais que ser apenas números frios de uma estatística sociológica meramente matemática, ela aponta algo mais profundo. Mais profundo porque descreve a alma de um povo no que ele tem de mais elevado: a religiosidade.

E é aqui onde se esteia a importância dessa pesquisa. A França foi onde, por primeiro, floresceu a Igreja. Ela é a Filha Primogênita da Igreja.

Para se falar da França deve-se falar de civilização. Para se falar de civilização deve-se falar da Igreja. França e Igreja se fundem: é a mãe e a filha, uma só vida, um só corpo sócio religioso.

Se os franceses tiram a Igreja da vida da França, a França deixa de ser França: a França morre. (JSG)

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