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Para o Papa Francisco, não existe um “cristianismo à distância”

Ser cristão é ter uma relação viva com o Senhor Ressuscitado: vejamo-lo, toquemo-lo, alimentemo-nos dele e, transformados por seu amor, vejamos, toquemos e alimentemos os outros como irmãos e irmãs.

Ser cristão é ter uma relação viva com o Senhor Ressuscitado: vejamo-lo, toquemo-lo, alimentemo-nos dele e, transformados por seu amor, vejamos, toquemos e alimentemos os outros como irmãos e irmãs.
Cidade do Vaticano (19/04/2021, 10:30, Gaudium Press) Neste domingo, 18 de abril, o Papa Francisco voltou a recitar o “Regina Coeli”, –oração mariana que substitui o Angelus no período Pascal–, desde a janela do escritório pontifício que dá vistas direto para a Praça de São Pedro.

O Papa destacou o fato de não se encontrar confinado na biblioteca do Palácio Apostólico por causa da pandemia da Covid-19:
“Graças a Deus, podemos reunir-nos de novo nesta praça, para o nosso encontro dominical e festivo. Digo-vos uma coisa: sinto saudades da Praça quando tenho de presidir ao Angelus, na biblioteca. Estou feliz. Dou graças a Deus e agradeço-vos a vós, pela vossa presença”.

“Olhem para minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Toquem em mim!”

O Papa falava no terceiro domingo da Páscoa, e recordou que o Evangelho nos conduz ao Cenáculo de Jerusalém quando Nosso Senhor ressuscitado aparece no meio dos discípulos ali reunidos e os saúda: “A paz esteja convosco”!

Francisco recorda que eles se assustam e acreditam “que veem um fantasma”. Então Jesus lhes mostra as feridas em seu corpo e diz: “Olhem para minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Toquem em mim!”
E para convencê-los, o Ressuscitado pede comida e a come sob o olhar atônito deles.

O Papa comenta que nessa descrição do Evangelho há um detalhe: os apóstolos ainda não acreditavam no que viam.
“Tal era a alegria que eles tinham que não podiam acreditar que fosse verdade. E um segundo detalhe: eles ficaram atônitos, espantados, espantados porque o encontro com Deus sempre os leva ao estupor. Vai além do entusiasmo, além da alegria, é outra experiência.

E eles estavam alegres, mas uma alegria que os fazia pensar: mas não, isto não pode ser verdade, não, não pode… Assim?… É o estupor da presença de Deus. Não se esqueça deste estado de espírito, que é tão bonito”.

Olhar, tocar e comer. Três ações que podem dar a alegria de um verdadeiro encontro com Jesus vivo

Para Francisco, este trecho do Evangelho é caracterizado por três verbos: olhar, tocar e comer. Três ações, diz o Pontífice, que podem dar a alegria de um verdadeiro encontro com Jesus vivo:

“Olhem para minhas mãos e meus pés” – diz Jesus. Olhar não é apenas ver, é mais, envolve também intenção, vontade. É por isso que é um dos verbos do amor. Mães e pais olham para seus filhos; os apaixonados se olham um para o outro; um bom médico olha atentamente para seu paciente… Olhar é um primeiro passo contra a indiferença, contra a tentação de virar nosso rosto diante das dificuldades e sofrimentos dos outros. Olhar. Eu vejo ou olho Jesus?”.

Não existe um cristianismo à distância, não existe somente um cristianismo no nível do olhar

Em seguida, Francisco comenta o verbo “tocar”:

“Ao convidar os discípulos a tocá-lo, para constatar que ele não é um fantasma, toque-me, Jesus indica a eles e a nós que a relação com Ele e com os nossos irmãos não pode permanecer “à distância”, não existe um cristianismo à distância, não existe somente um cristianismo no nível do olhar.
O amor pede para olhar e também a proximidade, pede contato, a partilha da vida.
O bom samaritano não se limitou a olhar para o homem que encontrou meio morto ao longo da estrada: inclinou-se, curou suas feridas, e o carregou em seu cavalo e o levou para a pousada. E assim com o próprio Jesus: amá-lo significa entrar numa comunhão de vida, uma comunhão com Ele”.

Alimentar-se juntos com o corpo de Cristo: este é o centro da vida cristã

Para o Pontífice o verbo comer que expressa nossa humanidade na sua mais natural indigência, ou seja, a necessidade de nos alimentarmos para poder viver:

“Mas comer, quando o fazemos juntos, em família ou entre amigos, torna-se também uma expressão de amor, de comunhão, de festa…
Quantas vezes os Evangelhos nos mostram Jesus que vive esta dimensão de convivência!
Também ressuscitado, com seus discípulos. Ao ponto de o Banquete eucarístico se tornar o sinal emblemático da comunidade cristã.
Alimentar-se juntos com o corpo de Cristo. Este é o centro da vida cristã”. (JSG)

(Informações e fotos VaticanMedia)

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