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Paquistão: novos atos de violência contra os cristãos

Inúmeras pessoas atacaram e queimaram casas e locais de culto cristãos em Jaranwala, Paquistão.

Foto: Bishop Azad Marshal/ twitter

Foto: Bishop Azad Marshal/ twitter

Redação (17/08/2023 11:48, Gaudium Press) O Paquistão voltou a ser palco de atos violentos contra as comunidades cristãs. Ontem (16 de agosto), uma multidão muçulmana atacou uma comunidade cristã no leste do Paquistão, vandalizando várias igrejas e incendiando dezenas de casas depois de acusar dois cristãos de terem supostamente profanado o Corão.

Vídeos nas redes sociais mostraram centenas de pessoas armadas com paus destruindo a Igreja do Exército de Salvação e a Igreja Católica de São Paulo, incendiando-as, enquanto outra multidão atacou casas particulares, incendiando-as e quebrando janelas.

A polícia, que interveio para acalmar os ânimos, não conseguiu evitar distúrbios graves. De acordo com as autoridades locais, pelo menos seis igrejas foram danificadas ou incendiadas.

“As palavras falham-me enquanto escrevo isto. Nós, bispos, padres e leigos, estamos profundamente magoados e angustiados com o incidente em Jaranwala, no distrito de Faisalabad, no Paquistão”, escreveu no twitter Azad Marshall, bispo anglicano da diocese de Raiwind, “uma igreja está queimando enquanto escrevo esta mensagem”, acrescentou.

“Bíblias foram profanadas e cristãos foram torturados e assediados, tendo sido falsamente acusados de violar o Alcorão. Clamamos por justiça, e ação das autoridades policiais e daqueles que garantem justiça e segurança a todos os cidadãos para intervir imediatamente e assegurar que nossas vidas são valiosas em nossa própria pátria que acaba de celebrar a independência e a liberdade”, ressaltou o bispo.

Mas o incidente de Jaranwala não é um fato isolado. A lei da blasfêmia é usada contra cristãos em todo o país. Na cidade de Sargodha, no Punjab paquistanês, houve recentemente três casos diferentes de acusações de blasfêmia em menos de um mês, provocando vários episódios de violência.

De fato, a blasfêmia é punível com a morte no Paquistão, porém, grupos de direitos humanos dizem que as leis de blasfêmia do Paquistão têm sido frequentemente usadas por razões pessoais. O Centro de Justiça Social, um grupo independente que defende os direitos das minorias, compilou dados sobre casos de blasfêmia no Paquistão, que mostram que mais de 2.000 pessoas foram acusadas de blasfêmia desde 1987, e pelo menos 88 pessoas foram mortas por essas alegações.

O primeiro-ministro paquistanês interino, Anwaar-ul-Haq Kakar, prometeu tomar medidas imediatas contra os responsáveis pelos atos de vandalismo. “Estou chocado com as imagens; medidas severas serão tomadas contra aqueles que violam a lei e assediam as minorias”, escreveu o político no Twitter, acrescentando que irá “prender os culpados e levá-los à justiça. Tenham certeza de que o governo do Paquistão está ao lado de nossos cidadãos, que são todos iguais perante a lei”.

Em um comunicado, a polícia anunciou que mais de 100 pessoas foram presas em conexão com os ataques à comunidade cristã, e não houve feridos.

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