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Papa, no Angelus: Jesus pede uma conversão que muda a vida, que não seja só “de fachada”

O caminho da conversão é “às vezes é doloroso”, exige renúncia e combate espiritual “para não cair na tentação”, por isso, “não pode ser feito sem a graça”.

O caminho da conversão é "às vezes é doloroso", exige renúncia e combate espiritual "para não cair na tentação", por isso, "não pode ser feito sem a graça".

Cidade do Vaticano (28/09/2020, 09:40, Gaudium Press) Apesar do dia chuvoso, o Papa Francisco realizou a tradicional catequese que precede a Oração Mariana do Angelus a cada domingo.

A partir do Evangelho do dia, (Mt. 21:28-32), Francisco comentou a parábola dos dois filhos com o intuito de falar sobre a conversão e ensinar a passar da palavra à ação.

O Pontífice recordou que enquanto um deles negou ir trabalhar na vinha e depois se arrependeu; o outro filho respondeu imediatamente ao pai que sim, que iria, contudo, não foi trabalhar e não realizou o pedido do pai.

A obediência não é só dizer ‘sim’ ou ‘não’, mas em agir, em realizar o Reino de Deus, em fazer o bem

O Papa explicou que “A obediência não consiste em dizer ‘sim’ ou ‘não’, mas sempre em agir, em cultivar a vinha, em realizar o Reino de Deus, em fazer o bem. Com esse simples exemplo, Jesus quer superar uma religião entendida apenas como prática externa e habitual, que não afeta a vida e as atitudes das pessoas, uma religiosidade superficial, somente ‘ritual’, no sentido feio da palavra.”

O Pontífice comentou que a parábola mostra que até os pecadores precedem no Reino dos Céus aqueles que são “expoentes dessa religiosidade ‘de fachada’, que Jesus desaprova e que, naquela época, eram ‘os sumos sacerdotes e os anciãos do povo’ (Mt 21,23):

“Essa afirmação não deve nos levar a pensar que aqueles que se dão bem são aqueles que não seguem os mandamentos de Deus, aqueles que não seguem a moral, e dizem: ‘em todo caso, aqueles que vão à Igreja são piores do que nós’. Não, não é esse o ensinamento de Jesus.

Jesus não aponta os publicanos e as prostitutas como modelos de vida, mas como ‘privilegiados da Graça’. ”

Francisco quis, então, destacar a palavra ‘graça’:

“Gostaria de enfatizar essa palavra ‘graça’, a graça, porque a conversão sempre é uma graça. Uma graça que Deus oferece a qualquer um que se abre e se converte a Ele. De fato, essas pessoas, ouvindo a sua pregação, se arrependeram e mudaram a vida.”

O caminho da conversão é "às vezes é doloroso", exige renúncia e combate espiritual "para não cair na tentação", por isso, "não pode ser feito sem a graça".

Quem aceita a graça da conversão encontrará os primeiros lugares no Reino dos Céus

Com suas palavras o Papa Francisco encorajou a aceitação da graça da conversão reiterando que  porque “Deus é paciente conosco: não se cansa, não desiste depois do nosso ‘não’” e nem de quando nos afastamos ou cometemos erros. O Senhor sempre no acolhe para “nos encher da sua misericórdia sem limites”.

E o Papa, então, recordou a alegria do Céu por um único pecador que se converte:

“A fé em Deus pede para renovar todos os dias a escolha do bem em detrimento do mal, a escolha da verdade em detrimento da mentira, a escolha do amor ao próximo em detrimento do egoísmo. Quem se converte a essa escolha, após ter experimentado o pecado, encontrará os primeiros lugares no Reino dos Céus, onde há mais alegria para um único pecador que se converte do que para 99 justos (cf. Lc 15,7).”

O caminho da conversão é "às vezes é doloroso", exige renúncia e combate espiritual "para não cair na tentação", por isso, "não pode ser feito sem a graça".

O Evangelho ensina que vida cristã não é feita de sonhos e belas aspirações, mas de compromissos concretos, com o auxílio da graça

Para concluir, Francisco explicou o processo da conversão que, por vezes, é doloroso e pede renúncias e que não pode ser realizado sem a ação da graça.

“A conversão, mudar o coração, é um processo que purifica das incrustações morais. E, às vezes, é um processo doloroso, porque não há caminho da santidade sem alguma renúncia e sem o combate espiritual. […] O Evangelho de hoje põe em questão a maneira de viver a vida cristã, que não é feita de sonhos e de belas aspirações, mas de compromissos concretos para nos abrir cada vez mais à vontade de Deus e ao amor pelos irmãos. Mas isso, inclusive o menor empenho concreto, não pode ser feito sem a graça. A conversão é uma graça que devemos pedir sempre: ‘Senhor, me dê a graça de melhorar, a graça de ser um bom cristão.”   (JSG)

 

(Da Redação Gaudium Press, com informações e fotos Vatican News)

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