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Papa Francisco institui Ministério de Catequista

Papa afirma necessidade de reconhecer a presença de leigos que, em virtude de seu Batismo, se sentem chamados a colaborar no serviço da catequese.

Papa afirma necessidade de reconhecer a presença de leigos que, em virtude de seu Batismo, se sentem chamados a colaborar no serviço da catequese.

Cidade do Vaticano (11/05/2021, 11:20, Gaudium Press) O Vaticano publicou nesta terça-feira, 11 de maio, o Motu Proprio “Antiquum ministerium” –assinado ontem pelo Papa Francisco– que institui o Ministério de Catequista.
Segundo Francisco, a instituição desse ministério leigo é de uma necessidade urgente para a evangelização no mundo contemporâneo.

No documento assinado no dia da memória litúrgica de São João de Ávila, o Papa afirma que “Fidelidade ao passado e responsabilidade pelo presente” são “as condições indispensáveis para que a Igreja possa desempenhar a sua missão no mundo” no contexto da evangelização no mundo contemporâneo e diante da “imposição de uma cultura globalizada”.

Para o Papa, de fato, “é necessário reconhecer a presença de leigos e leigas que, em virtude de seu Batismo, se sentem chamados a colaborar no serviço da catequese”.

Segundo o Pontífice, é notória a importância de “um encontro autêntico com as gerações mais jovens” e também “a necessidade de metodologias e instrumentos criativos que tornem o anúncio do Evangelho coerente com a transformação missionária da Igreja”,

A necessidade e eficácia de um Ministério novo que tem origens antigas

As origens do novo ministério vêm de longe, tem origens antigas que chegam até o Novo Testamento, acentua o Papa, recordando que, em seu um modo nascente, ele é mencionado no Evangelho de Lucas e nas Cartas de São Paulo Apóstolo aos Coríntios e aos Gálatas.

Mas, Francisco ainda escreve que “toda a história da evangelização nestes dois milênios, manifesta com grande evidência como foi eficaz a missão dos catequistas”: foram eles que garantiram que “a fé fosse um válido sustentáculo para a existência pessoal de cada ser humano”, havendo catequistas que chegaram ao ponto de “até dar a sua vida” para exercer essa atividade.

O Papa escreve que na Igreja tem havido uma crescente consciência de que “a tarefa do catequista é da maior importância”, bem como necessária para o “desenvolvimento da comunidade cristã”.

Ainda hoje, diz Francisco no Motu Proprio, “muitos catequistas competentes e perseverantes” realizam “uma missão insubstituível na transmissão e no aprofundamento da fé”, enquanto uma “longa série” de beatos, santos e mártires catequistas “marcaram a missão da Igreja”, constituindo “uma fonte fecunda para toda a história da espiritualidade cristã”.

Os Ministérios laicais contribuem para transformar a sociedade, levam os valores cristãos ao mundo social

Francisco destacou no documento distribuído hoje que o Ministério de Catequista não vai diminuir em nada a “missão própria do Bispo, o primeiro catequista na sua diocese”. Não dispensa também a “responsabilidade peculiar dos pais” quanto à formação cristã de seus filhos,

Com o “Antiquum ministerium”, o Papa afirma procurar valorizar o serviço prestado pelos leigos com sua colaboração na catequese. O Catequista quer ir ao encontro “dos muitos que esperam conhecer a beleza, a bondade e a verdade da fé cristã”.

Francisco salienta que é tarefa dos Pastores reconhecer “ministérios laicais capazes de contribuir para a transformação da sociedade através da penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico”.

A verdadeira catequese só será possível pela oração e participação na vida da comunidade católica

O catequista –explica o Pontífice no seu Motu Proprio– é chamado a exprimir sua capacidade no serviço pastoral da transmissão da fé desde o primeiro anúncio até a preparação para os sacramentos da iniciação cristã, incluindo a formação permanente.

Mas este serviço só será eficiente e dará bons frutos “através da oração, do estudo e da participação direta na vida da comunidade”. Só assim a identidade do catequista será desenvolvida com “coerência e responsabilidade”.

Receber o ministério laical de catequista, de fato, “imprime uma acentuação maior ao empenho missionário típico de cada batizado”. Ele deve ser desenvolvido –recomenda Francisco– “de forma plenamente secular”, dentro uma atividade própria para os leigos, distinta da ação sacerdotal.

Haverá um Rito de Instituição do Ministro da Catequese que a Congregação para o Culto Divino publicará

O Pontífice explica que o Ministério laical de catequista também tem “um forte valor vocacional” ele “é um serviço estável prestado à Igreja local” que requer “o devido discernimento por parte do bispo”.

Por isso o Ministério de Catequista requer, além do discernimento por parte do Bispo, também um Rito de Instituição especial que a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicará em breve.

Francisco ainda destaca que os catequistas devem ser homens e mulheres “de fé profunda e maturidade humana”; devem participar ativamente da vida da comunidade cristã; devem ser capazes de “acolhimento, generosidade e uma vida de comunhão fraterna”; devem ser formados do ponto de vista bíblico, teológico, pastoral e pedagógico; devem ter amadurecido a prévia experiência da catequese; devem colaborar fielmente com os presbíteros e diáconos e “ser animados por um verdadeiro entusiasmo apostólico”

Papa estimula Conferências Episcopais a “tornarem realidade o Ministério de Catequista”

Encerrando o Motu Proprio, Francisco estimula as Conferências Episcopais a “tornarem realidade o ministério de catequista”, estabelecendo o iter formativo necessário e os critérios normativos para o acesso ao mesmo, encontrando as formas mais coerentes para o serviço e em conformidade com o “Antiquum ministerium” que poderá também ser recebido, “com base no próprio direito particular”, pelas Igrejas Orientais. (JSG)

(Informações e foto Vatican News)

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