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Papa Francisco aos novos cardeais: é preciso repensar com gratidão no dom de ter sido evangelizados

Neste sábado, 30 de setembro, o Sumo Pontífice presidiu um consistório na Praça de São Pedro, criando 21 novos cardeais. Uma cerimônia que, mais uma vez, reflete as escolhas pastorais do Papa argentino.

Foto: Vatican News

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Redação (30/09/2023 14:35, Gaudium Press) Em sua homilia, o Pontífice destacou o texto dos Atos dos Apóstolos que narra Pentecostes, o batismo da Igreja. Com efeito, esta Igreja una, santa, católica e apostólica – que nasceu em Pentecostes, quando os apóstolos se reuniram em Jerusalém juntamente com os judeus que ali viviam, mas também com partos, medos, elamitas e muitos outros povos de vários países que os ouviram falar nas suas próprias línguas – Francisco a distingue hoje no novo Colégio Cardinalício, ampliado com a criação de 21 cardeais, dos quais 18 são eleitores e 3 não eleitores.

O Papa comparou o Colégio Cardinalício à imagem de uma orquestra sinfônica, que representa dimensão harmônica e a sinodalidade da Igreja. “Digo também ‘sinodalidade’ não só porque estamos às vésperas da primeira Assembleia Sinodal, que tem justamente esse tema, mas porque me parece que a metáfora da orquestra pode muito bem iluminar o caráter sinodal da Igreja. A sinfonia vive da hábil composição de sons de vários instrumentos: cada um deles contribui, às vezes sozinho, às vezes em combinação com algum outro, às vezes com todo o conjunto. A diversidade é necessária, é essencial. Mas todo som deve contribuir para um projeto comum. Para isso, a escuta mútua é fundamental: todo músico deve ouvir os outros, com fidelidade à obra que está a ser executada”, disse.

Francisco propôs aos membros do Colégio Cardinalício, “na consoladora confiança de que temos como maestro o Espírito Santo, que é o maestro interior de cada um e o maestro do caminhar juntos: que seja Ele o protagonista, a própria harmonia”.

O Santo Padre enfatizou que é preciso repensar com gratidão no dom de ter sido evangelizados e de ter sido tirados de povos que, cada um no seu tempo, receberam o Kerygma, o anúncio do mistério de salvação, e acolhendo-o foram batizados no Espírito Santo e passaram a fazer parte da Igreja: a Igreja Mãe, que fala em todas as línguas, que é una e é católica.

A graça do Evangelho deve suscitar maravilha e gratidão pela Boa Nova que nos chegou “em nossas línguas, através dos lábios e gestos de nossos avós e nossos pais, de catequistas, de padres, de religiosos”, também transmitido “em dialeto, por mães e avós”.

O Papa sublinhou que somos evangelizadores na medida em que conservamos no coração a maravilha e a gratidão de ter sido evangelizados; melhor, de ser evangelizados, porque trata-se, na realidade, de um dom sempre atual, que pede para ser continuamente renovado na memória e na fé. “Evangelizadores e evangelizados, e não funcionários”.

Francisco recordou que Pentecostes – tal como o Batismo de cada um de nós – não é um fato do passado, mas “um ato criador que Deus renova continuamente”, um “mistério sempre atual” do qual “vive a Igreja e cada um dos seus membros”. Porque a Igreja “não vive ‘de renda’”, “muito menos de um patrimônio arqueológico”, mas “vive do dom de Deus, pela ação do Espírito Santo”.

“Hoje, à luz da Palavra, podemos compreender esta realidade: vós, neocardeais, viestes de diferentes partes do mundo e o mesmo Espírito Santo que tornou fecunda a evangelização dos vossos povos renova agora em vós a vossa vocação e missão na Igreja e para a Igreja”, frisou o Papa Francisco.

Com informações Vatican News

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