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Papa alerta para o risco da fé “virtual” causada pela pandemia

Papa aponta risco de uma fé gnóstica, sem a comunidade nas Igrejas, sem contatos humanos reais, vivida unicamente através do streaming que “viraliza” os sacramentos.

Papa aponta risco de uma fé gnóstica, sem a comunidade nas Igrejas, sem contatos humanos reais, vivida unicamente através do streaming que “viraliza” os sacramentos.

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 17-04-2020, Gaudium Press) Nesta sexta-feira da oitava da Páscoa, 17/04, o Papa Francisco presidiu a Celebração Eucarística pela manhã na Casa Santa Marta. Neste tempo de quarentena, motivada pela pandemia do Covid-19, a capela tinha apenas alguns poucos fiéis e a Celebração foi transmitida ao vivo pela internet.

Durante a homilia o Pontífice fez alguns comentários a propósito do Evangelho do dia (Jo 21,1-14).
Nesse trecho do Santo Evangelho, São João narra o episódio em que Jesus ressuscitado aparece aos discípulos que estavam de volta à margem do Mar de Tiberíades, depois de uma pesca fracassada. O Senhor os convidou a lançar novamente as redes. Eles obedecem, lançam as redes e elas voltam repletas de peixes. É a pesca milagrosa.

O Papa comentou que esta foi uma cena que transcorreu com naturalidade porque os discípulos haviam crescido na familiaridade com Jesus, comentou o Papa que, logo em seguida, destacou que os cristãos também devem ter essa familiaridade, segundo ele, é pessoal, mas também comunitária.

Perigo de uma familiaridade sem Igreja, sem sacramentos

Para Francisco, uma familiaridade sem comunidade, sem Igreja, sem os sacramentos, é perigosa, pode tornar-se uma familiaridade gnóstica, separada do povo de Deus.

Então, o Papa observou que, na atual pandemia de coronavírus, comunica-se através da mídia, mas as pessoas não estão juntas, como acontecia com a Missa que ele celebrava:

“Essa pandemia que fez que todos nos comunicássemos também religiosamente através da mídia, inclusive esta Missa, estamos todos comunicados, mas não juntos, espiritualmente juntos. (…)hoje vocês terão, a Eucaristia, mas as pessoas que estão em conexão conosco (terão) somente a Comunhão espiritual. E esta não é a Igreja, afirmou Francisco.

Esta é a Igreja em uma situação difícil, que o Senhor permite

O Pontífice comentou que esta é uma situação extraordinária, difícil, pois, os fiéis não podem participar das celebrações e podem fazer somente a Comunhão espiritual. Precisamos sair dessa situação, sair do túnel para voltar estar juntos porque esta não é a Igreja, afirmou o Pontífice.

Não viralizar a Igreja, para não viralizar os Sacramentos

“Esteja atento para não viralizar a Igreja, para não viralizar os Sacramentos, para não viralizar o Povo de Deus”.
A Igreja, os Sacramentos, o Povo de Deus são concretos. É verdade que neste momento devemos ter esta familiaridade com o Senhor desse modo, mas para sair do túnel, não para permanecer aí. A familiaridade com o Senhor na vida cotidiana, a familiaridade com o Senhor nos Sacramentos, no meio do Povo de Deus.

“Que o Senhor nos ensine essa intimidade com Ele, essa familiaridade com Ele, mas na Igreja, com os Sacramentos, com o santo povo fiel de Deus”, desejou Francisco, encerrando sua homilia. (JSG)

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