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Os mosaicos de Rupnik em Aparecida

O Santuário de Aparecida estava sendo decorado com a maior obra realizada pela equipe do jesuíta artista. A BBC investigou o assunto.

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Redação (11/03/2023 09:41, Gaudium Press) A conclusão dos mosaicos de Pe. Marko Rupnik corre perigo no Santuário de Aparecida? Provavelmente. Edison Veiga, da BBC News Brasil, começou a investigar o assunto e aqui estão algumas de suas descobertas.

O Santuário Basílica de Nossa Senhora de Aparecida é não só o mais importante centro de peregrinação do Brasil, mas também o maior centro mariano do mundo, e a segunda maior igreja do planeta, depois da Basílica de São Pedro.

Aqui, e também de proporções astronômicas, o Pe. Rupnik – acusado de abuso sexual de 20 mulheres – e sua equipe estavam realizando a sua maior obra, a decoração das quatro fachadas do santuário. Em março do ano passado, foram entregues as obras da fachada norte do templo, cerca de quatro mil metros de mosaicos, e seria dada a continuidade aos trabalhos da fachada sul, cuja conclusão estava anunciada para o final deste ano de 2023.

“Após a fachada norte, as outras três fachadas da Basílica também serão revestidas com cenas bíblicas. Atualmente, a fachada sul do templo está sendo preparada para receber os mosaicos, que estão sendo produzidos em Roma pelos artistas do Centro Aletti”, informou o Santuário em nota divulgada em março do ano passado.

Mas agora, a assessoria de imprensa da Basílica de Aparecida diz que não há data prevista para o fim da atual fase. A BBC tentou entrar em contato com o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, e com o Reitor da Basílica, Pe. Heliomarcos Ferraz, mas não foi possível.

“Quanto às obras em Aparecida, há uma grande equipe de artistas envolvidos, não somente o padre Rupnik, e imagino que possam continuar sem a presença do padre Rupnik”, escreveu à BBC News Brasil via e-mail, Pe. Johan Verschueren, delegado para as Casas e Obras Interprovinciais da Companhia de Jesus em Roma.

No entanto, o assunto não parece ter uma solução tão fácil, porque, como levanta a BBC, se o processo atualmente em curso contra o padre-artista avança, “como ficaria ter a entrada do principal ‘cartão postal’ da fé no Brasil marcada com a arte de alguém formalmente condenado pela Igreja?” De resto, o jesuíta já foi excomungado por absolvição de um cúmplice em pecado contra o sexto mandamento, pena que foi levantada pouco tempo depois.

Além disso, embora o trabalho seja de uma equipe, a concepção artística e a coordenação são do Pe. Rupnik.

As dúvidas certamente estão presentes em todas as diretrizes do Santuário. A BBC informa que a administração, em uma mensagem lacônica, ressaltou que a instituição “acompanha com atenção o caso e aguarda as orientações da Igreja para suas definições”. (SCM)

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