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Onde podemos experimentar a bondade de Deus?

Estados Unidos – Phoenix (Quarta-feira, 18-12-2019, Gaudium PressO Bispo de Phoenix, Estados Unidos, Dom Thomas Olmsted, publicou o terceiro artigo de uma série sobre os Transcendentais (a Verdade, a Bondade e a Beleza). Após ter apresentado a importância destes atributos como marcas de Deus na Criação, o prelado descreveu a importância da Verdade, encontrada em Cristo mesmo. No terceiro artigo, o prelado propôs pregar sobre a Bondade, “quiçá o mais difícil dos transcendentais para definir”, por ser empregado para descrever muitas coisas que em geral transmite bem estar ou satisfação.

A Bondade, identificável na criação de Deus, tem sua máxima expressão na Cruz de Cristo.
A Bondade, identificável na criação de Deus, tem sua máxima expressão na Cruz de Cristo.

“O que é a bondade? Para defini-la, vamos ao princípio da Bíblia onde aparece a palavra ‘bom’ pela primeira vez”, propôs o prelado, que citou o relato da Criação no livro do Gênesis, quando Deus observa sua obra e a qualifica como “boa”. Esta primeira noção da bondade se relaciona com o poder criativo de Deus. Quando algo cumpre com sua existência, quando coincide com seu ser, esse algo é bom. “No entanto, a bondade da criação é uma bondade relativa que não é nada em comparação com a bondade absoluta que é Deus”, advertiu Dom Olmsted. “Como verdadeira fonte e fundamento de todo bem, Deus é bom em Si mesmo. No sentido absoluto da palavra, somente Deus se diz que é bom. Portanto, o padrão da bondade, que faz algo bom, em última instância se encontra somente em Deus”.

Como expressão desta realidade o próprio relato da Criação descreve ao homem como “muito bom” aos olhos de Deus, precisamente por ter sido criado à sua imagem e semelhança. “O único propósito de sua existência estava diretamente relacionado com Deus, que é a razão do homem da existência e do fim. Deus nos fez conhecê-lo, amá-lo e servir-lhe nesta vida e ser felizes com Ele no Céu”, expôs o Bispo. “Considerando esta verdade, todas as criaturas que Deus criou, todas as coisas que existem se consideram verdadeiramente boas na medida em que nos ajudam a alcançar nosso fim final: Deus, que é o Bem maior”.

A raiz do pecado original, o homem perdeu a clareza deste discernimento, chegando a escolher o mal por sua aparência de bem. “O ladrão rouba devido a sua atração pelo bem físico que cobiça. O glutão está demasiado unido ao bem da comida e os luxoriosos perseguem um apetite desordenado pelo bem dado por Deus do ato conjugal”, expôs Dom Olmsted. “Inclusive os pecados espirituais, como o orgulho, se dirigem de maneira desordenada a algo bom como nossa própria autoestima. Quando um bem criado se eleva acima de seu nível de valor, pode converter-se facilmente em um ídolo”.

Para poder identificar a verdadeira bondade, o homem deve voltar seu coração a Deus, propôs o Bispo. “Então, como diz Santo Agostinho, o Amor de Deus colocará em ordem todos nossos outros amores”, afirmou, citando a São Bruno, que lamentou a irracionalidade de amar mais a criatura que ao Criador e perder de vista que não apenas Deus é a máxima bondade, mas que fora dele não existe bem algum. “Onde podemos experimentar a bondade de Deus? No milagre da Cruz”, acrescentou o prelado. “Nos Evangelhos, Cristo foi descrito como quem passava ‘fazendo o bem’. Mas a profundidade desse mistério se encontra em Sua morte e Ressurreição. A bondade de Deus na Cruz foi plantada em meio de muita dor, sofrimento e rejeição. No entanto, a bondade, o amor e o perdão triunfaram no coração mesmo da malícia extrema”.

“Quanto mais experimentemos a bondade de Jesus, mais faremos caso ao seu convite de que o imitemos”, explicou o Bispo. “Os filósofos medievais definiram a bondade como ‘Bonum est diffusivum sui’, quer dizer, a bondade é difusa de si mesma. Isto é válido para cada Cristão quando procuramos experimentar o milagre da bondade de Jesus na Cruz; a bondade nos guiará a partir do seguro e imprescindível até o sacrifício e a Cruz. É, para cada um de nós, um momento decisivo: a bondade é difusiva de si mesma”. O prelado concluiu seu texto com um convite aos fiéis a ver sua própria vida a partir da perspectiva de Deus e avaliar a história pessoal a partir da reflexão sobre o autêntico bem. “Que tu e eu tiremos um momento diário para refletir sobre a bondade em nossa vida e recordar que tudo o que é bom tem como raiz o poder criativo de Deus”. (EPC)

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