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O santo rosário é um ‘símbolo extremista’?

O jovem colunista do The Atlantic certamente nunca imaginou a grande polêmica que isso provocaria.

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Redação (17/08/2022 11:27, Gaudium Press) Daniel Panneton, com seu artigo no The Atlantic, The Extremist Gun Culture Trying to Co-opt the Rosary, acabou prestando um favor para a divulgação e prestígio desta oração mariana. The Atlantic é uma renomada revista literária americana.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que o The Atlantic sentiu que ‘saiu do controle’ na nota publicada no dia 14, e por isso mudou sua manchete, como evidencia o Catholic World Report, na foto abaixo:

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A mudança no título foi significativa e não menor. De ‘Símbolo Extremista’ em que o saltério mariano havia se transformado, passou a ser agora simplesmente um elemento que quer ser cooptado por uma ‘cultura extremista’.

Mas, é claro que essa mudança de manchete foi forçada pelas, como o CWR chama “reações frenesi dos católicos que iam desde a diversão até a grave preocupação que alguns veem como um sentimento anticatólico”.

Mas mesmo que o macaco se vista de seda… a tese central de Panneton permanece quase inalterada: a conexão entre o rosário e o extremismo. Assim, as pessoas começam a se interessar por quem é o colunista, suas afiliações, seus gostos, seus desgostos, suas fobias.

E foi fácil encontrar que o jovem historiador Daniel Panneton é o Gerente do Online Hate Research & Education Project (Projeto de Pesquisa e Educação do Ódio online).

“O rosário adquiriu um significado militarista para os católicos radicais-tradicionais (‘rad trad’)”, escreve o jovem historiador. Bem se vê que ele não andou  muito pela América Latina, onde um rosário pode estar pendurado no pescoço de uma simples senhora que vende legumes em uma feira, no bolso de uma ministra das Relações Exteriores, passando pelo bolso de um militar, e também de uma senhora voluntária de uma ONG beneficente.

A pergunta surge rapidamente: existe algum pré-conceito religioso do colunista em relação a uma fé que ele não compartilha? Cuidado, porque se você quer ser um analista objetivo da realidade, você tem que deixar esses preconceitos de lado.

A verdade é que as reações foram muitas, rápidas e de alto nível.

“Parece-me que o sujeito que está politizando o rosário e tratando-o como uma arma na guerra cultural é… Daniel Panneton”, afirmou Robert P. George, professor de teoria política da Universidade de Princeton.

Por sua parte, Chad Pecknold, professor de teologia da Universidade Católica da América, disse à CNA que o artigo é “um sinal de conflito teopolítico que agora nos atormenta; no entanto, eles subestimam severamente o poder de Nossa Senhora para reinar vitoriosa sobre o mal”.

O frade dominicano Pius Pietrzyk, por sua vez, disse que, além das imprecisões e distorções do artigo, o que acontece é que o autor não entende que “a noção de ‘combate espiritual’ está com a Igreja desde tempos imemoriais”. “O problema é que o The Atlantic parece não entender o que a metáfora significa. De nenhuma maneira, a noção de rosário como ‘combate’ implica violência física”, acrescentou Pietrzyk.

Esta última explicação, muito básica e necessária, para um ataque que foi… muito básico. Desnecessário.

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