O que fez Jesus antes da Paixão?
Quem diz pertencer à Igreja Católica deve aceitar o sofrimento como Nosso Senhor o aceitou, pois não há como fugir da cruz sem fugir de Jesus.
Redação (06/04/2023 12:43, Gaudium Press) Hoje a Igreja inicia a celebração de sua principal festa: o Tríduo Pascal, ao longo do qual se comemora e se revive o mistério de nossa Redenção.
Nesta Quinta-feira Santa, somos convidados a considerar com olhos sobrenaturais a última ceia, na qual Jesus instituiu a Eucaristia.
Jesus diante de sua Paixão
São João de tal maneira revive a cena da Paixão ao escrever o seu Evangelho que podemos sentir graças quase palpáveis:
Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 13,1).
E qual foi a demonstração deste amor? Jesus levantou-se da mesa, colocou uma toalha na cintura e começou a lavar os pés dos discípulos (Jo 13,3-5). Perante tanto afeto, quem não ficaria estupefato de admiração?
Nosso Senhor estava inteiramente ciente de que sua dolorosa Paixão estava próxima, mas não Se deixou abater, pois, transbordante de zelo divino, preocupou-Se mais com os seus.
Ora, nós percebemos, por experiência própria, como se comportam as pessoas em face da morte ou de algum grande drama: reclamam; por vezes revoltam-se e, até tratam mal os outros. Jesus, porém, não agiu assim.
Antes de entregar-Se por nós, Cristo orou, oferecendo ao Pai todos os seus dramas e provações, pois almejava alcançar os mais preciosos e superabundantes frutos de seu divino holocausto. E tudo isso num clima de serenidade e paz completos, que nos deixa surpresos e admirados.
Não é sem propósito chamarmos atenção ao seguinte: o “termômetro da santidade” é o modo pelo qual aceitamos os sofrimentos. Quem verdadeiramente ama a Deus, diante da dor torna-se afável e cresce ainda mais na sua entrega a Nosso Senhor.
Portanto, quem diz pertencer à Igreja Católica deve aceitar as dores como Nosso Senhor as aceitou – com generosidade –, pois não há como fugir da cruz sem fugir de Cristo…
E eu diante de meus sofrimentos?
Por isso, neste Tríduo que se inicia, peçamos a Deus, por intermédio de sua Mãe, que nos seja concedida a imensa graça de doravante aceitarmos todos os reveses, dificuldades e contrariedades que nos sobrevenham.
Provações estas que, para nós cristãos deste século XXI, podem muito bem ser tão mais custosas do que subir Calvários, carregar cruzes às costas, ou ainda, vermo-nos coroados de espinhos… Com efeito, também para Cristo, mais Lhe custou os sofrimentos morais do que os físicos; e, dentre os morais, sem dúvida alguma, o ver o quanto o Pai era ultrajado e malquisto por aqueles pelos quais estava sendo derramado o sangue redentor.
Assim, se diante da Paixão, Cristo precisou recobrar forças para oferecer-Se ao Pai por nós, sigamos os seus divinos passos, preparando-nos interiormente para os sofrimentos morais e físicos que a Providência permita que passemos para o bem próprio ou alheio.
Decerto, com tal disposição de alma, teremos mitigado alguns daqueles inenarráveis padecimentos sofridos por Nosso Senhor em sua augusta Paixão; e isto será causa de grande alegria para nós, por termos sido um lenitivo para Cristo.
Sigamos, pois, seu divino exemplo, não só aceitando com amor e generosidade todas as nossas cruzes como também ajudando e preocupando-nos com o próximo.
Por Lucas Rezende
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