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O presépio de Francisco

Um Natal que serviu de modelo para o futuro

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Redação (18/12/2020 17:07, Gaudium Press) À medida em que vai se aproximando a festa do Natal, tudo no mundo vai tomando um clima diferente.

As crianças começam a esperar cada vez mais ansiosas os seus presentes, os pais preveem cuidadosos os meios de satisfazer seus filhos, e os diversos parentes da família combinam em que casa se reunirão para celebrar o Natal.

Até o ar começa a ser mais fresco, as árvores parecem ficar mais verdes e o céu parece ficar de outra cor, fazendo-nos esperar, inclusive dele, alguma surpresa.

Ora, tais sentimentos, que para nós trazem a cada ano tanta satisfação, também se faziam sentir aos aldeões de Greccio, uma das cidadezinhas da Itália medieval, no longínquo ano de 1223. Junto a São Francisco de Assis, os camponeses de Greccio esperavam pressurosos o Natal!

O que aconteceria naquele ano com a presença de santo no meio deles?

Quem diria…

Era o dia de Natal do ano 1223. E na cidade de Greccio, São Francisco de Assis procurava explicar para os seus filhos espirituais como se desenrolaram os fatos da sublime noite de Natal. Descrevia com luxo de detalhes a gruta, o frio, a manjedoura, o boi e o burro, os pastores, os Anjos, São José, Nossa Senhora e o Menino Jesus. Porém, como bom pai que ele era, notava que a pobre inteligência dos seus ouvintes não conseguia formar em si uma figura perfeita daquilo que ele tentava explicar.

Tomado, então, por um desejo de lhes iluminar a fé, mandou que fossem buscar uma imagem do Menino Jesus na manjedoura que ficava na ‘igrejinha’ da cidade.

Os camponeses, um pouco surpresos, foram então buscar a imagem. Assim que esta chegou, São Francisco tomou-a nos braços e imediatamente, para espanto de todos, a imagem tomou vida dando um forte abraço no santo e uma bênção a todos os que estavam presentes à cena, retornando logo depois ao estado da piedosa e bela figura de madeira que era antes.

Todos, estupefatos, se prostraram diante de São Francisco e louvaram a Deus que se dignara lhes mostrar a sua face. O santo mandou, então, trazer as belas imagens da Santíssima Virgem e de São José da capela do povoado de Greccio, para que fosse montado todo o cenário do nascimento de Cristo, criando assim o primeiro presépio da História.

A partir daí, em todos os anos subsequentes “o presépio de Francisco” era montado no pequeno povoado daquela região. O piedoso e santo costume se espalhou rapidamente pela Europa e pelo orbe, tornando-se tradição universal e perpétua.

O melhor presépio para o Menino Jesus

O costume já tem 797 anos. E no decorrer da história, a sua fisionomia foi se adaptando aos costumes, ao bom gosto da piedade dos diversos povos da Terra.

Ora o representando no frio dos desertos da Ásia Menor, ora o compondo em meio à neve branca e gelada de uma Alemanha ou de uma Áustria, ou ainda no calor tórrido das Américas ou da Oceania. Sua fisionomia, por mais que passe por estas ou aquelas adaptações, se mantém sempre a mesma.

Entretanto, o melhor presépio para o Menino Deus não se fabrica pelas mãos do homem, mas se constrói no interior dos corações. É na morada de nossa alma que Jesus nascerá verdadeiramente e o presépio se torna deste modo a imagem ou o reflexo daqueles que o edificam.  E a prova disso é que o primeiro presépio nasceu da devoção, da piedade e da santidade de um Francisco. Por outro lado, o ridículo, o desrespeitoso, o monstruoso é bem a imagem do homem de nossos dias.

Que presépio construiremos neste ano?

Por Renan Costa

 

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