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O deserto é lugar para oração: “nunca dialoguem com o diabo”, disse o Papa

O ambiente simbólico do deserto é o lugar “para ficar em silêncio e escutar a palavra de Deus”, onde não se pode dialogar com o demônio. Lugar para ouvir a Palavra de Deus.

O ambiente simbólico do deserto é o lugar “para ficar em silêncio e escutar a palavra de Deus", onde não se pode dialogar com o demônio. Lugar para ouvir a Palavra de Deus.
Cidade do Vaticano (22/02/2021, 10:30, Gaudium Press) Na alocução que o Papa Francisco pronunciou antes da recitação da oração mariana do Angelus, neste Primeiro Domingo de Quaresma, 21/02, ele refletiu sobre o Evangelho do dia que recorda a temática da tentação e da conversão, utilizando o “ambiente natural e simbólico” do deserto.

Na Quarta-feira de Cinzas, 17/02, com o rito penitencial, a Igreja convidou todos a iniciar o caminho da Quaresma. Agora, no Primeiro Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus é quem nos conduz para melhor viver “os 40 dias que conduzem à celebração anual da Páscoa”.

O deserto é o lugar onde Deus fala ao coração do homem, é também onde o demônio insinua sua voz mentirosa, que mostra outro caminho de engano

Através do Evangelho de São Marcos, 1,12-15, o Papa, comentou sobre o caminho percorrido por Jesus quando “o Espírito o levou para o deserto” (v. 12), onde Ele se retirou por 40 dias, “onde foi tentado por Satanás”.
Foi o ambiente “natural e simbólico, (do deserto), tão importante na Bíblia” que incentivou a reflexão do Papa:

“O deserto é o lugar onde Deus fala ao coração do homem, e onde brota a resposta da oração, ou seja, o deserto da solidão, o coração separado de outras coisas e, somente naquela solidão, se abre à Palavra de Deus.
Mas é também o lugar da provação e da tentação, onde o Tentador, aproveitando a fragilidade e as necessidades humanas, insinua a sua voz mentirosa, uma alternativa àquela de Deus, uma voz alternativa que te mostra outro caminho, um outro caminho de engano.

Nos 40 dias vividos por Jesus no deserto, “começa o ‘duelo’ entre Jesus e o diabo, que terminará com a Paixão e a Cruz”

O tentador seduz”, destacou Francisco no início de sua reflexão. Na verdade, afirmou Francisco, durante os 40 dias vividos por Jesus no deserto, “começa o ‘duelo’ entre Jesus e o diabo, que terminará com a Paixão e a Cruz.
Todo o ministério de Cristo é uma luta contra o Maligno nas suas muitas manifestações: curas de doenças, exorcismos sobre os possuídos, perdão dos pecados”.

Francisco comentou que “parece que o diabo tem a vantagem, quando o Filho de Deus é rejeitado, abandonado e, finalmente, capturado e condenado à morte”. Mas, não é assim, ensinou o Pontífice, porque “a morte era o último ‘deserto’ para se atravessar para derrotar definitivamente Satanás e libertar todos nós do seu poder”.

Na sua vida, Jesus nunca fez um diálogo com o diabo: Ele o afasta dos possuídos, condena, mostra sua malícia, mas nunca dialoga

Segundo Francisco, “este Evangelho das tentações de Jesus no deserto nos lembra que a vida do cristão, nos passos do Senhor, é uma batalha contra o espírito do mal”.

Mas, afirma o Papa, devemos fazer como Jesus, que enfrentou e venceu o Tentador: “devemos estar conscientes da presença deste inimigo astuto, interessado na nossa condenação eterna, no nosso fracasso, e nos prepararmos para nos defender dele e combatê-lo”. 
“Nas tentações, Jesus nunca dialoga com o diabo, nunca”, ressalta o Pontífice: “Na sua vida, Jesus nunca fez um diálogo com o diabo, nunca.
Ou o afasta dos possuídos ou o condena ou mostra a sua malícia, mas nunca um diálogo”.
“No deserto, continua o Papa, parece que há um diálogo porque o diabo faz três propostas e Jesus responde. Mas Jesus não responde com as suas palavras”.

O Papa reitera que Jesus “responde com a Palavra de Deus, com três passagens da Escritura”.

“E isso é um ensinamento para todos”, admoesta Francisco: “Quando o sedutor se aproxima, ele começa a nos seduzir. (…) E se nós entrarmos em diálogo com o diabo, seremos derrotados.
Coloque isso na cabeça e no coração: com o diabo nunca se dialoga, não há diálogo possível! ”

Não tenham medo do deserto, procurem momentos de oração, de silêncio, de entrar em nós mesmos, mas nunca dialogar com o demônio

Para encerrar suas reflexões neste Primeiro Domingo da Quaresma, o Pontífice incentivou todos a que, neste tempo de Quaresma, seguir o Espírito Santo e entrar no deserto, “sem medo”, como fez Jesus:

“Não tenham medo do deserto, procurem por momentos de mais oração, de silêncio, de entrar em nós mesmos. Não tenham medo.
Somos chamados a percorrer os caminhos de Deus, renovando as promessas do nosso Batismo: renunciar a Satanás, a todas as suas obras e a todas as suas seduções. O inimigo está ali, agachado, tenham cuidado. Mas nunca dialoguem c com ele.” (JSG)

(Com Informações e Foto Vatican News)

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