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Novas Leis chinesas podem afetar liberdade religiosa, alerta Cardeal Zen

Através do Facebook, Cardeal Zen, de Honk Kong diz que não tem “confiança” nas proteções à liberdade religiosa na nova lei de segurança promulgada pela China.

Através do Facebook, Cardeal Zen, de Honk Kong diz que não tem “confiança” nas proteções à liberdade religiosa na nova lei de segurança promulgada pela China. 

Redação (03/07/2020 13:45, Gaudium Press) O Arcebispo Emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen, alertou que as novas leis de segurança na província chinesa poderiam conduzir a uma repressão à liberdade religiosa.

Em uma série de vídeos publicados na terça-feira, 30/06, na página do Facebook “Grupo de Católicos Preocupados com a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong”, o Cardeal Zen disse que não tem “confiança” nas proteções à liberdade religiosa na nova lei de segurança.

Relações da Diocese com a Santa Sé podem ser consideradas como “interferência estrangeira”

Em 28 de maio, o legislador chinês aprovou uma resolução que impõe “leis de segurança” a Hong Kong.

Essas leis visam criminalizar qualquer ato que Pequim considere “interferência estrangeira”, atividades separatistas ou subversão contra o poder do Estado, e permitir que as forças de segurança chinesas operem na cidade.

Segundo a nova lei, uma pessoa condenada por secessão, subversão, terrorismo ou conspiração com forças estrangeiras receberá no mínimo 10 anos de prisão, com a possibilidade de prisão perpétua.

A ampla definição de terrorismo na lei inclui incêndios provocados e vandalismo no transporte público “com a intenção de intimidar o governo de Hong Kong ou o governo chinês para fins políticos”.

“Isso não é apenas contra a política de ‘um país, dois sistemas’, mas também contra a lei básica (Hong Kong)”, disse o Cardeal Zen sobre as novas medidas.

Alarme na população católica de Hong Kong

A disposição da lei sobre conspiração com governos estrangeiros despertou alarme entre a população católica de Hong Kong.

O Cardeal Tong Hon assinalou na semana passada que a independência da diocese de Hong Kong do governo continental e da Igreja patrocinada pelo estado, a Associação Patriótica Católica Chinesa, não seria considerada conspiração com um governo estrangeiro.

A diocese, disse, “sempre teve um relacionamento direto com o Vaticano e isso deve ser visto como um assunto interno”.

“No que diz respeito às normas de segurança nacional, essa relação não deve ser vista como ‘conspiração com forças estrangeiras’”, acrescentou.

Cardeal Zen: assuntos da Igreja são tratados por nós mesmos

Por sua vez, o Cardeal Joseph Zen disse que a liberdade religiosa em Hong Kong significa “que os assuntos da Igreja são tratados por nós mesmos sem a necessidade de envolver o governo”.

Além disso, apontou o Cardeal Zen, existe a longa história de interferência estatal na religião no continente, incluindo os recentes esforços do governo para voltar a traduzir as escrituras para estar mais alinhados com os costumes chineses e refletir os princípios comunistas. (JSG)

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