Nossa Senhora Rainha
Do mesmo modo que celebramos Cristo Rei, em novembro, no encerramento do Tempo Comum, celebramos agora em agosto Nossa Senhora Rainha.
Redação (22/08/2023 09:29, Gaudium Press) No dia 22 de agosto de 2023, celebramos a memória litúrgica de Nossa Senhora Rainha. É a mesma Mãe de Jesus, só que com o título de Rainha, conforme tantos outros dedicados à Nossa Senhora. Por isso, a saudamos como rainha na oração da Salve Rainha, ela é a nossa corredentora e sempre pede para fazermos tudo aquilo que Jesus pedir.
Ela é a nossa Rainha e nos protege de todo o mal, somos impulsionados, do mesmo modo que Maria, a sair para anunciar o Evangelho. Não podemos guardar conosco a alegria que vem do Espírito Santo.
Do mesmo modo que celebramos Cristo Rei, em novembro, no encerramento do Tempo Comum, celebramos agora em agosto Nossa Senhora Rainha. Ela é mãe de Deus, a escolhida, por isso, a invocamos como rainha. Ao invocarmos Nossa Senhora como rainha, não a colocamos num patamar acima do que deveria estar, pelo contrário, Ela continua sendo a humilde serva do Senhor e, também, não a colocamos como uma rainha comum, aqui da terra, que manda e os servos obedecem, mas Ela é uma rainha que ensina e educa os seus filhos.
Mediadora da paz
Nossa Senhora Rainha também recebe o título de mediadora da paz, pois aonde Nossa Senhora passa, cessam as guerras, a violência e o ódio. Normalmente, as aparições de Nossa Senhora são para atender ao pedido do povo mais humilde e que, normalmente, está aflito por alguma situação. Nossa Senhora de Fátima, ao aparecer aos pastorinhos, quer consolar toda a humanidade e pede para que todos se unam em oração pela paz e conversão dos pecadores.
Como todos nós sabemos, o mês de maio é o mês Mariano por excelência, pois celebramos Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Auxiliadora e a visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel, além do Dia das Mães, no segundo domingo do mês. Normalmente, no último dia do mês, acontece a coroação da imagem de Nossa Senhora, a coroamos como a nossa Mãe e Rainha. Ela é uma rainha humilde e que nos ensina sempre a fazer a vontade de Deus.
Por isso, a memória litúrgica de Nossa Senhora Rainha era celebrada no passado no dia 31 de maio, mas como ao longo do mês de maio já temos outras festas marianas, essa memória litúrgica foi transferida para oito dias após a festa da Assunção de Nossa Senhora. Sendo assim, ao longo do mês de agosto celebramos duas festas dedicadas a Maria: Nossa Senhora da Assunção ou da Glória e Nossa Senhora Rainha. Fica dentro do mistério da assunção, glória, rainha.
Além agosto ser o mês dedicado às vocações sacerdotais, religiosas, familiar e catequista, Nossa Senhora abençoa todas as vocações, pois o sim que é dado para assumir a vocação é a exemplo do sim de Maria a Deus.
História da festa de Santa Maria Rainha
A festa de Santa Maria Rainha foi instituída pelo Papa Pio XII, na carta encíclica “Ad Caeli Reginam”, no dia 11 de outubro de 1954, para que fosse celebrada em 31 de maio, conforme lembramos acima, fechando assim o mês dedicado a Maria. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi transferida como memória para agosto, após a solenidade da Assunção. Desde o início da Igreja, o povo de Deus venera Nossa Senhora como Rainha do céu e da terra, conforme expressamos na oração da Salve Rainha.
O título de Rainha foi concedido de forma justa à Nossa Senhora, pois dela nasceu o filho de Deus e a ela foram concedidos todos os privilégios da graça divina. Além do mais, se coroamos o filho como Rei do Universo, Nossa Senhora, sem dúvida, é nossa Rainha. Tudo o que se refere ao Messias, traz a marca da divindade. Nossa Senhora é a portadora da graça divina. Dessa forma, a Igreja convida a todo o povo a invocá-la como Mãe e Rainha, porque Ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e maternidade divina.
O intuito de celebrar a festa de Nossa Senhora Rainha é um reconhecimento de Maria como a Mãe de Deus. Dessa forma, contribuímos para que se conserve, consolide e torne perene a paz a todos os povos. No século XX, começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época. O grande precursor foi o Papa Pio XI, que na conclusão do ano santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei.
Algum tempo depois, uma mulher chamada Maria Desideri, por volta do ano 1930, em Roma, deu início ao movimento “Pro regalitatae Mariae”, com o intuito de recolher petições de todo mundo em favor da instituição da festa. Vendo todo esse movimento, o Papa Pio XII instituiu a festa litúrgica de Nossa Senhora Rainha.
Coroação da imagem de Maria “Salus Populi Romani”
Um mês depois, em 1954, o Papa Pio XII pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha, antes de fazer uma comovente oração e a coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani” (Salvação do povo Romano).
Certamente, Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial –, evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados. Pio XII inaugurou a tradição da homenagem Maria por parte dos papas, no dia 8 de dezembro, e isso permanece até hoje com grande devoção.
Celebremos com alegria a memória litúrgica de Nossa Senhora Rainha, e peçamos que ela continue protegendo a humanidade inteira de todo perigo, nos guardando na paz. Peçamos a Nossa Senhora que sempre traga consigo o seu filho Jesus.
Por Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro.
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