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Nossa Senhora do Carmo, São Simão Stock e o Escapulário

A misericordia de Nossa Senhora é incalculável e não poupa esforços pela salvação de seus filhos. Desejando que nenhum deles se perdesse, em 1251, Ela entregou a São Simão Stock o Escapulário e prometeu: quem com ele morrer, não padecerá o fogo do inferno.

Nossa Senhora do Carmos Arautos

Redação (15/07/2023 17:09, Gaudium Press) Era triste o estado do Carmelo em meados do século XIII. Mal compreendida, invejada e perseguida, tendo os seus membros vagueando pela Europa, a Ordem do Carmo era como uma árvore quase totalmente seca, prestes a não mais produzir fruto. Algo havia, contudo, que amenizasse tal situação: o Geral da Ordem era Simão Stock, um íntegro, virtuoso e santo monge inglês.

Naquela época, a Ordem do Carmo não possuía uma estrutura coesa capaz de conservar, promover e transmitir às próximas gerações um espírito, um carisma e um modo de vida. Com efeito, os cargos não estavam inteiramente coordenados e definidos, razão pela qual o simples fato de ser o superior não conferia a São Simão uma autoridade comparável àquela que tal posto haveria de ter nos séculos vindouros; mas sua virtude era tal, que impunha respeito não pelo fato de ser o Geral da Ordem, mas por ser Simão Stock.

Não obstante, havia uma coisa que este grande homem não conseguia submeter e subjugar: a ideia de que a Ordem portadora do espírito de Santo Elias tinha seus dias contados. Aflitíssimo, ciente de suas limitações e debilidades, confiava o Carmelo a Nossa Senhora e rezava: “Flor do Carmelo, videira florida, esplendor do Céu, Virgem e Mãe incomparável! Doce Mãe, que não conheceu varão, aos carmelitas favorecei, ó estrela do mar.” Devido à sua fidelidade e sem que suspeitasse, a Mãe do Carmelo – qual Nuvem de Elias (Cf. 1Rs 18, 44-45) – preparava torrentes de Graças que, descendo sobre a Ordem, a transformariam em um verdadeiro “Carmelo”, do hebraico, “jardim do Senhor”.

Escapulário: sinal de pertencer a Nossa Senhora

Era a madrugada de 16 para 17 de julho do ano de 1251. Antes mesmo do alvorecer, uma luz mais radiante que o sol circundava São Simão: era a Mãe de Deus que, cercada de Anjos, viera lhe visitar! Cheia de bondade, dizia:

“Recebe, filho diletíssimo, o Escapulário da tua Ordem, sinal de minha amizade fraterna, privilégio para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem revestidos deste Escapulário, não padecerão o fogo do inferno. É um sinal de salvação, amparo e proteção nos perigos e aliança de paz para sempre”.

Dizendo isto, entregou-lhe o Escapulário.

Naquele tempo, os servos revestiam uma túnica longa e, por cima desta, um manto menor que indicava, através das características e cores peculiares, a identidade de seu senhor. O Escapulário assemelhava-se a esta túnica e declarava que quem o portava era, sem dúvida, um escravo de Maria. Contudo, isso não era um privilégio destinado apenas ao século XIII, mas também ao mundo de hoje; e constitui uma das poucas coisas que agrada deveras a Deus: ver que ainda existe na face da Terra almas que servem sua Mãe Santíssima.

Com efeito, os que morrerem revestidos deste manto sagrado serão julgados como servos de Nossa Senhora e – como Ela mesma disse – não padecerão o fogo do inferno, pois, como o Escapulário é um sinal de pertencer à Mãe de Deus, nunca poderia sofrer o ultraje de passar a eternidade entre os demônios. Afinal, não convém lançar pérolas aos cães…

Por Lucas Rezende

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