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Nicarágua se retira do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Nicarágua comunica sua saída da ONU, sediada em Genebra, após um relatório questionar as ações do governo de Daniel Ortega. 

Daniel Ortega Saavedra Diciembre 2024 3x4 cropped

Redação (04/03/2025 08:30, Gaudium Press) A Nicarágua comunicou sua saída do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, após os especialistas da entidade acusarem o governo do presidente Daniel Ortega de repressão. Recentemente, um relatório do Grupo de Especialistas em Direitos Humanos da ONU apontou que o país havia criado uma “máquina de repressão” e instaurado um regime autoritário.

“A Nicarágua comunica sua decisão soberana e irrevogável de se retirar do Conselho de Direitos Humanos da ONU, bem como de todas as atividades relacionadas a ele e de todos os mecanismos associados”, declarou à imprensa local a esposa de Daniel Ortega, Rosario Murillo, recentemente nomeada vice-presidente do país centro-americano através de reformas constitucionais polêmicas.  As mudanças começaram a vigorar em 18 de fevereiro e receberam severas críticas do Conselho de Segurança da ONU, que denunciou o governo de Manágua por transformar a Nicarágua “em um estado autoritário, onde não existem instituições independentes; vozes discordantes são caladas e a população, tanto interna quanto externamente, é vítima de perseguição, exílio compulsório e retaliações econômicas”.

Esta não é a primeira vez que o país reage a críticas de entidades internacionais, anunciando sua saída.  No começo de fevereiro, a Nicarágua anunciou sua retirada da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e determinou o encerramento das instalações da organização no território nacional.  A decisão foi tomada após a divulgação de um documento onde a FAO listou o país entre as nações com maior insegurança alimentar. Em dezembro de 2021, Manágua comunicou sua saída da Organização dos Estados Americanos (OEA), vista como uma ferramenta de pressão dos Estados Unidos para interferir nas políticas nacionais.  A desvinculação da OEA e a solicitação das instalações em Manágua ocorreram em novembro de 2023.

Ademais, informações provenientes de Manágua dão conta do encerramento de outras dez entidades independentes sem fins lucrativos, incluindo o Instituto de Desenvolvimento, Avaliação, Assistência e Soluções, que se dedica a oferecer serviços de microfinanciamento e desenvolvimento econômico para indivíduos de baixa renda a nível mundial, e a Associação Cristã Casa de Dios Puerta del Cielo, atuante em todo o território nacional. A Associação Civil de Engenharia de Saúde e Ambiente também foi extinta.

Com informações Vatican news

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