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Nicarágua: o perseguido Bispo Rolando Álvarez agora acusado de atentar contra a segurança nacional

Fotos do Bispo de Matagalpa ouvindo as acusações circularam pelo mundo. Defensores dos direitos humanos protestam.

Foto: Screenshot Youtube 100% New

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Redação (15/12/2022 10:43, Gaudium Press) Triste, muito triste as fotos, que circularam na última terça-feira (13) pelo mundo, de Dom Rolando Álvarez, Bispo de Matagalpa, no banco dos réus.

Quatro meses depois de o prelado ter sido preso pela primeira vez na cúria e depois sequestrado pelas autoridades e levado para a capital Manágua, as fotos mostram um rosto sério, com lábios retos e cantos voltados para baixo, um olhar calmo, mas firme e direto para a oficial de justiça com uma máscara. Trajando uma camisa azul (circulou a informação de que o regime o impedia de vestir-se como sacerdote), com as mãos entrelaçadas, o Bispo ouvia, nos tribunais de Manágua, as acusações de “conspiração para minar a integridade nacional, e por “espalhar notícias falsas (fake news)”, classificações legais etéreas, apropriadas para perseguições políticas ou religiosas, típicas de certas ditaduras comunistas.

As reações não tardaram a chegar.

Por exemplo, a advogada Martha Patricia Molina, defensora dos direitos humanos que já se tornou conhecida por divulgar a documentação de mais de 400 ataques do regime de Ortega à Igreja, afirmou claramente que o “regime tenta fazer desaparecer o clero de Matagalpa”. De fato, os sacerdotes que acompanhavam Dom Álvarez na cúria de Matagalpa quando este foi preso ainda estão na sinistra prisão de El Chipote. E o Pe. Uriel Antonio Vallejos, também da diocese de Matagalpa, na mesma acusação apresentada contra o Bispo Álvarez é declarado “foragido da justiça”.

“Toda essa acusação que se faz nos Tribunais de Manágua não cumpre com as garantias do devido processo. Desde o início, Dom Rolando Álvarez foi sequestrado de sua residência. Depois ele desapareceu e até que, na terça-feira à tarde, a ditadura o apresenta e formula uma acusação”, declarou a advogada Martha Patricia Molina ao 100% NOTICIAS.

Da Flórida e também em exílio forçado pelo regime de Ortega, Dom Silvio Báez, Bispo Auxiliar de Manágua, postou em sua conta no Twitter: “O que a ditadura da Nicarágua está fazendo contra meu irmão, o bispo Rolando J. Álvarez, é um crime. Ultrajando-o, eles se condenam. Roland, tu não estás sozinho! Estamos contigo, rezamos por ti e exigimos tua liberdade. Contigo está Deus, que não abandona os seus profetas.

Es un crimen lo que hace la dictadura de Nicaragua contra mi hermano obispo, Mons. Rolando J. Álvarez. Ultrajándolo se condenan a sí mismos. ¡Rolando, no estás solo! Estamos contigo, rezamos por ti y exigimos tu libertad. Contigo está Dios, quien no abandona a sus profetas. pic.twitter.com/HsD1VYsK7l

— Silvio José Báez (@silviojbaez) December 14, 2022

Por sua vez, Pe. Edwing Román, também um “sacerdote nicaraguense no exílio”, como se autodenomina no Twitter, disse de Dom Álvarez que “seu olhar e sua cabeça erguida refletem a dignidade dos nicaraguenses, enquanto a marionete paga cobre seu rosto para não ser identificada, de repente vamos vê-la pedindo asilo. Eles só usam uma máscara facial para os seus crimes.” Pe. Román pede que toda a Conferência Episcopal saia em defesa do Bispo perseguido.

 

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