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Nicarágua: governo prende sacerdotes que rezam pela liberação de Dom Álvarez

Na Nicarágua, a onda de repressão contra membros da Igreja Católica atinge agora os sacerdotes que ousam rezar pela liberdade de Dom Rolando Álvarez, prisioneiro da ditadura sandinista

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Redação (28/12/2023 13:30, Gaudium Press) Na Nicarágua, a onda de repressão contra membros da Igreja Católica continua e agora atinge os sacerdotes que ousam rezar pela liberdade de Dom Rolando Álvarez, Bispo de Matagalpa e prisioneiro político da ditadura sandinista.

No último dia 26 de dezembro, o padre Pablo Villafranca, pároco da Igreja de Nosso Senhor de Veracruz, em Nindirí, foi detido pelas forças policiais em sua residência a leste da capital Manágua. A detenção ocorreu pouco antes do meio-dia. Cerca de seis horas após a prisão, o sacerdote foi liberado depois de passar por uma série de interrogatórios.

Padre Villafranca é conhecido por sempre pedir em suas homilias pela liberdade de Dom Rolando Alvarez, condenado a 26 anos de prisão por Daniel Ortega e Rosario Murillo. Este mesmo sacerdote já enfrentou situações de risco no passado. Em 2018, momento em que eclodiram protestos em todo o país contra o autoritarismo de Ortega, o padre Pablo Villafranco sofreu uma tentativa de envenenamento. Em maio de 2022, ao acompanhar Dom Rolando Álvarez, já ameaçado pelo governo, à igreja do Santo Cristo de Esquipulas, o sacerdote, juntamente com outro confrade, foi impedido de entrar na igreja e participar da celebração eucarística, além de ser insultado pelos policiais.

screenshot Canal 4 Nicaragua

Outros sacrdotes presos e intimidados pelo governo

Contudo, o sacerdote é apenas mais uma vítima desse novo tipo de repressão. Em 20 de dezembro, foi noticiado o desaparecimento do Bispo de Siuna, Dom Carmen Mora, e mais dois seminaristas. Eles foram detidos porque Dom Mora pleiteou pela liberação de Dom Rolando Alvarez em uma de suas homilias. Os três estão provavelmente detidos no centro penitenciário Jorge Navarro, mas seu paradeiro permanece desconhecido.

No dia 21 de dezembro, a ditadura também ordenou a prisão de Monsenhor Óscar José Escoto Salgado, Vigário Geral da Diocese de Matagalpa, depois que pediu pela liberdade de Dom Álvarez durante uma Missa. O sacerdote foi abordado por um grupo de policiais e civis. Após ser ameaçado com a prisão, ele foi libertado nas primeiras horas da manhã após vários interrogatórios. Na manhã do dia 24 de dezembro, foi a vez do vigário da catedral de Matagalpa, padre Jader Gudio. O sacerdote foi levado por agentes policiais e solto por volta das onze horas da noite do mesmo dia.

A atuação do governo sugere, ainda que implicitamente, que rezar e fazer apelos pela libertação do Bispo de Matagalpa é considerado uma transgressão contra o regime de Ortega. Apesar da maioria católica, o país passa por uma perseguição contra os cristãos. Em 2023, a ONG protestante “Portas Abertas” incluiu pela primeira vez a Nicarágua na lista dos países que mais perseguem os cristãos. (FM)

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