Gaudium news > Nicarágua: festividades de São Jerônimo sem a participação da Igreja

Nicarágua: festividades de São Jerônimo sem a participação da Igreja

Francisco Díaz, diretor da polícia e sogro de Ortega, havia declarado que as procissões em homenagem a São Jerônimo estavam proibidas.

Descida de São Jerônimo em setembro de 2021 – Foto: Redes Sociais Prefeitura de Masaya

Descida de São Jerônimo em setembro de 2021 – Foto: Redes Sociais Prefeitura de Masaya

Redação (05/12/2023 14:00, Gaudium PressAs tradicionais festas de São Jerônimo em Masaya, a sudoeste de Manágua, são uma das mais emblemáticas da Nicarágua. Elas começam em 20 de setembro com a descida da imagem de São Jerônimo do seu nicho, saindo em procissão pelas ruas.

Apesar de o “período forte” ser de 20 de setembro a 7 de outubro, as festividades se prolongam até o início de dezembro. São festas populares com grande participação da Igreja.

No domingo passado, foi realizado o concorrido baile de encerramento na avenida real de São Jerônimo, para honrar o Padroeiro. Mas este ano foi diferente, a festa se reduziu às Eucaristias mais ou menos habituais e a algumas procissões dentro da igreja. O próprio São Jerônimo desceu de seu nicho, mas nem sequer chegou ao átrio da igreja.

Tudo isso se deve à perseguição de Ortega à Igreja católica. Francisco Díaz, diretor da Polícia e sogro de Ortega, havia declarado na época que as procissões em homenagem a São Jerônimo foram proibidas por razões de segurança pública.

Os católicos acorreram em massa à igreja de São Jerônimo nos dias 20 e 30 de setembro, e se depararam com um forte dispositivo policial intimatório.

Ao mesmo tempo, o regime de Ortega procura favorecer todas as celebrações “laicas” desses dias; talvez numa versão “caribe tropical” das festividades de Robespierre à Deusa Razão, que queria substituir a cultura cristã pela a da Colheita da Uva e do Brumário – que neste caso seria o Ortegario.

Entretanto, se há algo que está profundamente enraizado no povo nicaraguense é sua fé religiosa, muito mais do que na decadente França pré-Revolução. E a perseguição só o afirma. (CCM)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas