Governo da Nicarágua ordena fechamento de universidades católicas

O governo sandinista da Nicarágua ordenou o fechamento de duas universidades ligadas à Igreja Católica

Redação (08/03/2023 16:20, Gaudium Press) Acusadas de descumprir a legislação, a Universidade João Paulo II e a Universidade Autônoma Cristã da Nicarágua tiveram o decreto de dissolução publicado no diário oficial e assinado pela ministra do Interior, María Amelia Coronel Kinloch.

O decreto se baseia no aparente descumprimento das obrigações que regulam as universidades. Além disso, as duas organizações teriam dificultado o controle e a fiscalização da Direção-Geral de Registo e Controle de Entidades Sem Fins Lucrativos.

Ainda segundo o Ministério do Interior, a UCAN não apresentou as demonstrações financeiras dos três últimos anos e a Universidade João Paulo II não apresentou as dos anos de 2021 e 2022.

A resolução do governo determina que as autoridades das universidades devem entregar ao Conselho Nacional de Universidades (CNU) todos os dados e todas as informações sobre os alunos, professores, matrículas e demais documentos das universidades.

Assim, os alunos das ditas universidades serão matriculados em outras instituições de ensino universitário e os bens das universidades serão confiscados pelo Estado. A Universidade de João Paulo II conta com unidades na capital e outras quatro cidades e a UCAN com polos em seis cidades.

O governo nicaraguense anunciou ainda o fechamento da Fundação Mariana de Combate ao Câncer e a dissolução “voluntária” de duas organizações católicas: Cáritas Nicarágua e Cáritas Diocesana de Jinotega.

O governo de Daniel Ortega é acusado de violar os direitos humanos e de implantar uma perseguição contra a Igreja Católica e contra a oposição política do país.

Em 2018, quando alguns membros da Igreja denunciaram as violações dos direitos humanos cometidos pelo governo, Daniel Ortega começou uma política ditatoriasl contra seus oponentes.

Com uma longa lista de intervenções persecutórias,  tais como a expulsão do representante do papa e de congregações religiosas do país, o exílio e a prisão de membros da Igreja, o fechamento e a apreensão de bens de instituições católicas, o governo da Nicarágua está sofrendo sanções dos Estados Unidos e da União Europeia a fim de que cesse sua política de repressão. (FM)