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Na Anunciação, no seio da Virgem se encarna a coroação do Universo

Ao criar o Universo, Deus também pensou que a coroação deste Universo maravilhoso seria um Homem-Deus.

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Redação (25/03/2023 09:43, Gaudium Press) A festa da Anunciação do Anjo Gabriel à Virgem Maria é muito querida por todos os que se orgulham de ser seus filhos. É também a festa da Encarnação do Verbo.

Recordava um dia o professor Plinio Corrêa de Oliveira, falando com seus discípulos mais jovens, como são muitos os teólogos que afirmam que ao criar o Universo, Deus também pensou que a coroação deste Universo maravilhoso seria um Homem-Deus, ou seja, o mesmo Deus, mas reunindo em si aspectos de todas as naturezas criadas, pois o homem é o resumo da Criação.

“Todas as belezas do mar, todas as belezas do céu, todas as belezas que estão nas entranhas da terra, todas as belezas da variedade dos animais, da variedade das plantas, todas as grandezas e belezas que tiveram os homens de todos os tempos, tudo isso não eram senão sinais precursores que nos fazem olhar para Aquele que permanece no centro e no ápice da História, Nosso Senhor Jesus Cristo”, dizia o Dr. Plinio.

O pináculo da Criação surge no seio da Virgem Maria

Mas Deus quis que essa maravilha que coroava a Criação, como uma gota de orvalho, pousasse sobre uma flor chamada Maria. É isso o que celebramos hoje.

Ela estava meditando nas maravilhas de Deus e seu Messias, quando o Anjo Gabriel aparece, em atitude submissa diante da Rainha do Universo. E ela, admirada, escuta o que o Anjo lhe dizia.

E o que ele disse? Anunciava-lhe que estava prestes a se desenrolar o fato central da História e pedia seu consentimento para tal, acontecimento no qual ela seria dessa maneira co-protagonista.

Mas voltando ao ponto inicial da meditação, a Criação como que clamava por esta sua coroação com a aparição do Homem-Deus; há milhares de anos, todos os seres tinham uma inclinação para que “no final, nascesse a criatura perfeita que seria o centro de todas e em função da qual todas se estruturariam”.

O caos que reinava no mundo, fruto do pecado original, era sinistro. Poderia ser um caos “organizado” sob a férula de ferro do Império Romano, mas os homens estavam fartos de suas vidas, o tédio os consumia por dentro, eles deliravam. Inclusive o povo que havia sido escolhido para ser o do Messias, estava na pior decadência.

Ela sabia que a solução para o mundo era a vinda do Messias, sua solução e coroação, e a Virgem sentia que a única solução para aquele mundo era a vinda do Messias. Mas não só seria solução, ela sabia que seria a perfeição desse mundo. Na Anunciação, se restaurava maravilhosamente o plano inicial da Criação.

Alguns autores chegam a afirmar inclusive que, quando a Virgem em sua meditação constante e altíssima, terminou de compor em seu espírito a figura do Messias, foi aí que se ouviu aquele anúncio que mudaria a História: “Ave Maria, cheia de graça, bendita sois vós entre todas as mulheres…”

A Virgem ficou um pouco perturbada, o Anjo explicou, e ela, do mais profundo de seu coração, de sua escravidão a Deus, concordou e se operou a Encarnação. A Ordem do Universo havia alcançado o seu apogeu, e a Virgem tornou-se Mãe do Verbo, Esposa do Espírito Santo e Filha Diletíssima do Pai. Oh maravilha! As portas do céu começaram a se abrir.

E aí começa uma relação da Virgem com o Deus encarnado que está em seu ventre, que ainda é um mistério de sublimidade no qual os homens devem penetrar, pois é a relação perfeita com Deus que teve a Virgem.

Aquele esperado por milhares de anos, Aquele que a criação esperava ansiosamente, já estava ali, mas no seio da Virgem-Mãe, nutrido por seu sangue, unido a Ela. E embora o Anjo a chamasse cheia de graça, no contato com Ele sua plenitude crescia cada vez mais.

Ele era Deus, mas no seio da Virgem o Menino Deus também era seu humilde escravo, pois não há maior sujeição de alguém a outro do que a de um filho à sua mãe em seu ventre. Maravilha: a escrava, por ser escrava, tornou-se a Senhora do Rei do Universo que se tornou escrava. É compreensível por que São Luís Maria de Montfort amava tanto o mistério da Anunciação e da Encarnação.

Peçamos à Virgem neste dia, que assim como Cristo veio aos homens por seu intermédio, que nós possamos ir a Cristo pelo mesmo caminho, seu ser puríssimo, que atraiu um Deus inteiro à terra. (EPC)

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