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Mosteiros franceses passam dificuldades financeiras por conta da pandemia

A cadeia de produção e fornecimento de diversos produtos fabricados nos Mosteiros da França foi afetada com a interrupção das atividades por conta da pandemia.

 

Abadias

França – Paris (27/05/2020 09:00, Gaudium Press) “A economia do mosteiro parou completamente no dia 17 de março”, declarou Gabriel Teissier, que dirige a ‘Via Caritatis‘, um projeto de produção de vinhos da abadia beneditina de Le Barroux, em Vaucluse, no sudeste da França. “A loja, que é a principal fonte de renda para os monges, foi fechada. Assim como todas as lojas que revendem os produtos do mosteiro”, lamentou Teissier.

Religioso da Abbaye du Barroux fazendo pão

Cadeia de produção e fornecimento

Os Mosteiros na França fabricam diferentes produtos. Muitos deles são consumidos em restaurantes e hotéis, como queijos, biscoitos, doces, azeites, vinhos, etc. Porém, com a interrupção das atividades, a cadeia de produção e fornecimento foi seriamente afetada.

Religiosas da l’abbaye du Pesquié Ariège

Na abadia de Pesquié, em Ariége, no sudoeste, existem muitos queijos em estoque: “Temos visto com angústia nosso estoque de queijos fermentados, feitos com leite cru orgânico, aumentar”, diz Madre Annuntiata.

Vendas através de websites

Websites como L’Artisanat monastique, Boutiques de Théophile, Comptoir des abbayes ou Divine Box, entre outros, são usados pelas diversas abadias do país europeu para comercializar seus produtos, que vão desde alimentos até costura e artesanato. Entretanto, a comercialização por estes meios também foi muito afetada.

La boutique Saint Norbert

Algumas iniciativas paliativas deram resultados, como a entrega em domicílio de determinados produtos fabricados nas proximidades. Mas elas não chegam a suprir as necessidades que anteriormente eram atendidas.

Serviços religiosos

O mesmo ocorreu em relação à produção de hóstias, uma vez que ainda não há Missas com fiéis. O cancelamento ou adiamento de sacramentos, como matrimônios, significa que itens produzidos em mosteiros, como convites, artesanatos que eram dados como presente, etc, também não são vendidos.

Hóstia

A interrupção das festas da Fé, tais como primeiras comunhões, crismas e procissões, também prejudicaram as vendas de objetos apropriados para a devoção individual, como crucifixos, imagens e livros.

Hospedagens monásticas vazias

Não foi apenas a pequena venda do que é produzido nos mosteiros, que causou a dramática queda das economias dos conventos. Também há falta de pedidos de hospedagem em acomodações monásticas. Pela Quaresma e Páscoa foram muitas as pessoas que se alojaram em mosteiros, para fazer um retiro espiritual, ou simplesmente para passar um tempo de recolhimento em um ambiente conventual. Isso já não acontece mais há muitos dias.

Abbaye du Barroux 2

“As atividades estão congeladas, entretanto as dívidas seguem aumentando: faturas de seguros, pagamentos de eventuais empréstimos…”, explica o Irmão Matthieu, responsável pela hospedagem e pela loja da Abadia de Mondaye, em Calvados, ao noroeste da França.

Pedidos de oração

Apesar da crise financeira, o religioso destaca que os pedidos de oração continuam. “Nos confiam intenções, celebramos Missas particulares para tempos de pandemia, pedimos uns pelos outros. Inclusive os serviços funerários pedem que rezemos por eles”, destacou.

Religiosos rezando Abbaye du

O mesmo afirma a Madre Annuntiata: “Comungamos das mesmas preocupações daqueles que têm empresas e funcionários. Passamos por tudo isso em oração. Compartilhando do desejo de retornar ao trabalho lucrativo”.

“Quanta responsabilidade cada um tem! Alguns se encontram em situações difíceis e até impossíveis de se resolver, sendo ameaçados diariamente pelo desemprego, enquanto outros já tiveram que fechar suas lojas ou pedir empréstimo para pagar seus empregados … Que o Senhor nos dê a Fé que move montanhas!”, concluiu. (EPC)

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