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Luxemburgo: relatório sinodal pede mudanças sobre homossexualidade e celibato sacerdotal

Os participantes da fase diocesana do sínodo sobre a sinodalidade em Luxemburgo pediram uma mudança no ensino da Igreja sobre a homossexualidade e a abolição do celibato sacerdotal obrigatório.

cedric letsch KAMl4vHOZiU unsplash

Redação (03/08/2022 09:49, Gaudium Press) A Arquidiocese de Luxemburgo, presidida pelo Cardeal Jean-Claude Hollerich, publicou um relatório de 16 páginas após uma pesquisa envolvendo 4.590 católicos da Arquidiocese. O documento sinodal da arquidiocese de Luxemburgo, divulgado em francês, em 5 de julho de 2022, dizia: “A Igreja precisa de uma mudança de visão sobre a homossexualidade, abrir o casamento para todos e abolir a obrigatoriedade do celibato para os sacerdotes ”.

O relatório descreve as 4.590 pessoas que participaram como “um número considerável”. Há uma estimativa de 439.000 católicos em Luxemburgo, o pequeno país que faz fronteira com a Bélgica,  Alemanha e França. Isso sugere que cerca de 1% dos católicos batizados de Luxemburgo participaram da pesquisa.

O relatório sinodal, “A caminho de uma Igreja viva do povo de Deus em Luxemburgo”, reúne as respostas de indivíduos e grupos sobre os temas do processo sinodal, considerando-os sob os títulos “Comunhão”, “Participação” e “Missão”. Sob cada título há uma reflexão sobre o que pode mudar nas dioceses e o que precisa ser discutido mais adiante pela Igreja universal.

Comunhão

Sob o título “Comunhão”, o texto diz que a Arquidiocese precisa de uma “visão clara” para o futuro e para “desenvolver um projeto pastoral real construído de forma sinodal”. É necessário uma “organização independente” para analisar os problemas da Igreja.

“É imperativo modernizar as regras e os pontos de vista da Igreja”, ressalta, e “para ter credibilidade, a Igreja deve reconhecer seus erros e questionar a si mesma.”

Depois de citar o apelo por mudanças sobre a homossexualidade e o  celibato sacerdotal , o relatório afirma que “por um lado, as mulheres ocupam ‘um lugar central na vida da Igreja’, participam em grande número, mas, por outro, são marginalizadas em relação às instituições.’”

“O serviço de pregação deve ser aberto aos leigos (mulheres/homens)”, conclui.

Participação

Sob o título “Participação”, o relatório pede que o princípio da subsidiariedade seja aplicado em âmbito local, com maiores oportunidades para “tomada de decisão conjunta”. Declara que os leigos deveriam poder expressar seus desejos “sobre as nomeações de sacerdotes, profissionais leigos e de bispos”. Acrescenta que as paróquias querem que a Igreja universal “reforme as estruturas para integrar as mulheres, dando-lhes responsabilidades, abolindo o celibato obrigatório e reformando a moralidade sexual para abrir formas de participação”.

Missão

Em “Missão”, o texto diz que a Igreja local “deve ser uma Igreja acolhedora, capaz de empatia, primeiro, para com os mais fracos e frágeis”, e valorizar as diversas culturas e línguas “que são riquezas específicas em Luxemburgo”. Em âmbito universal, apela maiores esforços para combater o abuso. O documento também convida a Igreja a “revisar seu ensinamento, sua lei interna, seus rituais e até os sacramentos: a fim de construir uma ponte entre a mensagem evangélica que deve proclamar e a vida concreta das pessoas”.

O cardeal Hollerich terá um papel significativo no Sínodo dos bispos, em Roma, no final do  processo sinodal de dois anos em outubro de 2023. Hollerich será o relator-geral do Sínodo, com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, Participação, Missão.” O cardeal Hollerich declarou, no início deste ano, que acreditava que o “fundamento sociológico-científico” do ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade “não estava mais correto”.

Parece que Luxemburgo está seguindo os mesmos passos do Caminho Sinodal Alemão…

Por Raju Hasmukh

Com informações The Pillar.

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