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Itália: com novas diretrizes do aborto químico, “se difunde como bala a possibilidade de tirar a vida”

As declarações são do Bispo de Cremona, diante da nova regulamentação do ministério da saúde italiano sobre o aborto químico.

Bispo de Reggio Emilia Dom Massimo Camisasca

Redação (18/08/2020 16:00, Gaudium Press) Atendendo as novas diretrizes do ministério da saúde italiano, que permitem o aborto químico até a nona semana de gestação, eminentes prelados levantaram sua voz para manifestar sua rejeição. Basicamente, as novas diretrizes sobre aborto permitem o uso da pílula Ru 486 até a nona semana de gestação, sem internação que possa atender a mulher em caso de complicação de saúde. A regulamentação anterior permitia o aborto químico até a sétima semana de amenorreia, e com internação obrigatória de três dias.

Uma dessas vozes é a do Bispo de Reggio Emilia, Dom Massimo Camisasca, que expressou sua “tristeza e minha total contrariedade”.

A verdadeira razão das novas normas são econômicas, diz o Bispo de Reggio Emilia

Em vez de optar pela via do auxílio-maternidade, em uma situação de decadência demográfica que está colocando em grave risco o futuro do nosso país, a verdadeira origem desta decisão está hipocritamente oculta: menos peso para os hospitais, inclusive às custas das graves consequências que o Conselho Superior de Saúde em suas Diretrizes de 2010 havia reconhecido como arriscadas para a saúde da mulher”, expressa Dom Camisasca. A Itália é um dos países com as menores taxas de natalidade do mundo, muito abaixo do índice de renovação populacional.

Em outras palavras, um órgão estatal italiano já havia expressado suas objeções contra o aborto químico; mas como a pílula do dia seguinte é muito mais econômica para o sistema de saúde do país, ela é promovida.

Irlanda registra 6.666 abortos no primeiro ano de legalização 3

Afirma o Bispo de Reggio Emilia que “a descriminalização do aborto tem levado a uma cultura da morte na qual a decisão da mulher de interromper a gravidez é cada vez mais banalizada e apresentada à opinião pública como qualquer outra intervenção farmacológica. Daqui a pouco não se falará mais do aborto porque será ‘invisível’, não sem graves consequências para a mãe e para a sociedade”. O aborto poderá ser banalizado, trivializar o aborto, fazê-lo parecer algo saído de uma simples pílula, mas as terríveis consequências permanecerão as mesmas, e maiores na medida em que o problema aumente.

Conclui Dom Camisasca que “as mulheres estão cada vez mais sozinhas diante da dramática decisão de renunciar ou não aos seus filhos. À luz das novas normativas, ela é deixada sozinha mesmo nas horas extremamente pesadas nas quais os medicamentos que toma devem atuar para interromper a gravidez e provocar a expulsão. A mulher estará sozinha, em casa com sua própria dor e as possíveis consequências negativas para sua saúde”.

Os regulamentos anteriores exigiam uma hospitalização de três dias quando o aborto químico era realizado. As novas diretrizes tornam o aborto químico um processo ambulatorial, o que representa um sério risco à saúde das mulheres, pois “o aborto farmacológico é intrinsicamente incerto, assim como mais doloroso e perigoso do que o aborto cirúrgico. A partir do momento em que a mulher toma o primeiro dos dois comprimidos fornecidos, o verdadeiro RU486, ela não sabe quando e em que condições terá um aborto. Quer dizer, não sabe quando e como começará o sangramento que marca o fim da gravidez, e não pode saber de antemão quais serão os efeitos colaterais”, afirma Assuntina Morresi, professora associada de química física e membro do Comitê Nacional de Bioética.

Irlanda registra 6.666 abortos no primeiro ano de legalização 2

Fala o Bispo de Cremona

Em declarações feitas no dia da Assunção da Virgem, Dom Antonio Napolioni, Bispo de Cremona, manifestou a contradição entre a festa que se celebrava nesse dia, a qual manifesta a “beleza e a fertilidade”, com a difusão da pílula abortivo Ru 486, que “espalhamos como uma bala” embora ofereça a “possibilidade de tirar a vida”.

Nesta sociedade, em que parece não haver mais “desejo de ser pai ou mãe”, “espalhamos como bala a possibilidade de tirar a vida, mesmo que seja uma vida que mal floresceu? Ao menos pensemos nisso, ao menos falemos, ao menos rezemos, ao menos peçamos ajuda!”, disse Dom Napolioni.

Com informações de Vocecontrocorrente.ir e da Diocese de Cremona

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