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Irmã Viktoriya atende crianças abaladas pela guerra na Ucrânia

A religiosa criou o projeto “Anjos da Alegria”, que ajuda crianças que perderam seus pais na guerra de invasão russa.

Foto: Vatican news

Foto: Vatican news

Redação (15/05/2024 10:13, Gaudium Press) Este relato destaca a trajetória inspiradora da Irmã Viktoriya Andrushchyshyna, de nacionalidade ucraniana, pertencente à Congregação das Irmãs dos Anjos, fundada em 1889, em um período marcado pela intensa perseguição à Igreja pelo Czar Russo.

Na atmosfera familiar, sua tia compartilhava relatos sobre as notáveis ações das religiosas, despertando admiração em Viktoriya: “Quando minha tia nos visitava, ela dava um excelente testemunho e assim decidi seguir seus passos”.

Em 2005, ela emitiu seus primeiros votos, e mais tarde se dedicou aos estudos em pedagogia, movida pelo amor às crianças, um sentimento cultivado desde sua juventude, quando cuidou zelosamente de seus quatro irmãos mais novos: “Trabalhar com crianças é minha paixão, é uma tarefa de grande responsabilidade”.

Quando a guerra começou, Irmã Viktoriya recorda: “durante a primeira semana de bombardeios, permanecemos assustadas no subsolo, e eu pensava em como ajudar nossas crianças”.

Sua atuação ganhou destaque ao acolher crianças deslocadas que chegaram à cidade de Vinnytsia, ao sul de Kiev, mobilizando um grupo de voluntários e promovendo atividades recreativas: “Queria tirar as crianças da tristeza em que estavam bloqueadas; crianças que não podiam ir à escola e mal saíam para brincar na rua”.

Pouco tempo depois, ingressou no Serviço cristão de emergência, a fim de formalizar o projeto nascente, que foi batizado como “Os Anjos da Alegria”, honrando também o nome de sua congregação.

Missões Angélicas

Atualmente, a irmã Viktoriya trabalha em Zhytomyr, e junto com seus Anjos da Alegria ela viaja continuamente pelas regiões que se libertaram dos russos. Ajuda principalmente crianças deslocadas de famílias difíceis, cujos pais morreram durante a guerra.

As missões dos Anjos da Alegria, denominadas “Aventuras Angélicas”, reúnem de 50 a 70 crianças.

“Chegamos cedo, decoramos a sala com balões, trazemos a máquina de algodão doce e os cachorros-quentes e começamos a brincar”, conta. Cada uma das crianças recebe uma auréola, e a religiosa com os voluntários conversam com as crianças mais novas sobre os anjos e sua missão, e lhes diz que cada um pode ser um anjo para o próximo.

Durante o jogo, há também um bolo para as crianças que celebram o seu aniversário: “Restituímos-lhes um substituto de normalidade, pensamos nas pequenas coisas que os pais já não têm forças para fazer”. Ela diz que parte seu coração quando as crianças recebem presentes sem a menor emoção no rosto, sem um sorriso.

“É preciso muito tempo e paciência para que a tristeza passe”, frisou. Ela se lembra das lágrimas das mães quando seus filhos voltam a sorrir. Esta é a maior recompensa para os “Anjos da Alegria”.

Entre os voluntários estão mães e pais que trazem seus filhos para participar nas aventuras angélicas. “É um testemunho incrivelmente edificante ver os pais servindo os necessitados”, diz a irmã Viktoriya.

Anjos precisam de ajuda

Como parte de sua missão, as famílias recebem pacotes com ajuda alimentar e produtos de higiene pessoal. “Vivemos da Divina Providência”, revela a irmã Viktoriya. Muitas vezes ela vai ao mercado e pede aos vendedores os produtos necessários.

Apesar da situação difícil, há uma grande solidariedade. Quando a caixa está vazia, milagres acontecem. Você encontra dinheiro nos livros doados ou uma transferência bancária inesperada chega à sua conta. Nas aldeias fronteiriças, ela organiza sessões de cinema com pipocas para crianças menores.

“As crianças são o nosso futuro, mas são as que mais sofrem nesta guerra; temos o dever de salvar a infância delas”. Até o momento, nenhuma expedição precisou ser cancelada por questões financeiras. “Deus ajuda, envia anjos bons, graças aos quais podemos investir nas crianças”, ressaltou.

Com informações Vatican News

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